A NECESSIDADE DE SER RESILIENTE NO TRABALHO: A CULPABILIZAÇÃO DO EMPREGADO NO TEXTO “QUEM NÃO TEM RESILIÊNCIA APRESENTA ESTES SINTOMAS NO TRABALHO”
DOI:
https://doi.org/10.61358/policromias.v5i1.33362Palavras-chave:
Análise do Discurso Francesa, Pêcheux, Resiliência.Resumo
O presente artigo tem por objetivo identificar e analisar a apropriação do termo “resiliência” no mundo do trabalho e a orientação ideológica que subjaz a essa discursividade. O termo resiliência no contexto do trabalho tem sido usado desde o final da década de 90 e seu uso se converteu em característica desejada nos trabalhadores/colaboradores. O objeto de análise é um texto jornalístico, publicado pela revista Exame, em julho de 2019. Para sua realização, recorremos a conceitos fundamentais da Análise do Discurso Francesa, centrando-nos em Pêcheux, sem deixar, entretanto, de retomar o conceito de ideologia, cunhado por Althusser e também ao de formações discursivas, de Michel Foucault. Para isso, apresentaremos as condições em que a Análise do Discurso Francesa surgiu e quais são as rupturas empreendidas. O artigo se organiza de modo a situar a AD; recuperar os conceitos de sujeito, ideologia, formações ideológicas e formações discursivas. Recorremos a noções de resiliência. Esses conceitos servem como pano de fundo ao gesto de análise, que identifica formações discursivas oriundas de formações ideológicas que centram a responsabilidade pela resiliência (ou sua construção) nos sujeitos trabalhadores/colaboradores, eximindo os empregadores/a empresa de quaisquer responsabilidades e apagando subjetividades, ao referendar a visão de trabalhador/colaborador como sujeito posto a serviço do lucro, negando-lhe sua condição de ser humano.Referências
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