QUANDO OS PASSISTAS SÃO O SHOW: CULTURA, ARTE E RESISTÊNCIA MUITO ALÉM DE ESTEREÓTIPOS

Autores

  • Eduardo da Costa Observatório do Carnaval UFRJ
  • valeria Lima Guimarães Universidade Federal Fluminense

DOI:

https://doi.org/10.61358/policromias.v5i2.38120

Palavras-chave:

Passistas de escolas de samba, Carnaval, Corpo, Dança, Identidade, Resistência

Resumo

Abordamos neste trabalho questões relativas à arte da dança do e da passista de escola de samba e à construção social dessa figura, considerando a sua atuação durante todo o ano, também fora do período do carnaval. Levantamos aspectos como o mercado de trabalho e a (des)valorização desse artista como profissional, os estereótipos que cercam o universo do passista e questões sociais relacionadas ao preconceito racial e de gênero. O estudo utiliza como opções metodológicas a pesquisa bibliográfica, partindo da análise de artigos, dissertações de mestrado e matérias publicadas na imprensa. Conta ainda com depoimento pessoal de um passista, pesquisador e autor deste trabalho que, por meio da pesquisa-ação vem refletindo sobre o que é ser passista e como o próprio se percebe nesse universo, constituindo a sua identidade enquanto sujeito e enquanto membro de um grupo social. Concluímos destacando a importância do passista para a valorização da cultura brasileira, especialmente da cultura negra, e que a emergência de uma nova consciência sobre o trabalho de passistas e o fortalecimento do lugar de fala dos negros na sociedade são fundamentais para a valorização desses e dessas artistas e profissionais dedicados à dança do samba.

Biografia do Autor

Eduardo da Costa, Observatório do Carnaval UFRJ

Pesquisador OBCAR; Passista profissional.

valeria Lima Guimarães, Universidade Federal Fluminense

Professora da Faculdade de Turismo e Hotelaria da UFF. Área: Turismo e Cultura.

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Publicado

2021-01-22