O HUÍN DO VODUM: Carnaval como instrumento de Desnagotização

Autores

  • Rennan Carmo Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ.
  • Lorraine Pinheiro Mendes Universidade Federal de Juíz de Fora - UFFJ - e Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ.

DOI:

https://doi.org/10.61358/policromias.v5i2.38454

Palavras-chave:

nagotização, ancestralidade, decolonialidade, carnaval

Resumo

O presente texto tem como objetivo refletir sobre as práticas pedagógico-decoloniais potencialmente estabelecidas em desfiles carnavalescos que rompam com o processo epistemicida construtor de uma falsa e internalizada imagem genérica e unificada do ancestral africano. Reconhecemos a casa de santo e o barracão da escola de samba como espaços disseminadores de saberes. Saberes esses que escapam da limitada concepção colonial que conecta o conhecimento somente à mente. Aqui discutimos sobre como o corpo sabe, aprende e reconhece, principalmente quando tratamos de macumbarias e carnavais.


Biografia do Autor

Rennan Carmo, Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ.

Rennan Carmo é historiador da arte formado pela Escola de Belas Artes da UFRJ e pesquisa as representações afrocêntricas e suas narrativas colocadas nos desfiles de carnaval das escolas de samba do Rio de Janeiro. É membro orientador do Observatório de Carnaval da UFRJ  – OBCAR  –, contribuindo na linha de pesquisa Macumbarias, Afrorreligiosidades e Negritudes. É também filho da casa de candomblé Xwè Kplé Núnyá Àyixósú e, a partir dessa relação de pertença, observa os modos de artialização das macumbarias Jeje Mahi, sobretudo o legado cultural dos povos Ewè-Fon. Com isso, propõe reflexão acerca do fenômeno da Nagotização que, através de epistemicídios estruturais, tende a construir uma identidade genérica sobre as culturas pretas, concentradas majoritariamente numa matriz Yorubá. Atualmente trabalha como assistente da Curadoria Pedagógica no Museu Bispo do Rosario Arte Contemporânea.

Lorraine Pinheiro Mendes, Universidade Federal de Juíz de Fora - UFFJ - e Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ.

Lorraine Pinheiro Mendes é mulher negra, acadêmica, artista, professora, filha, esposa e leitora ávida. Foi nos livros que aprendeu que é possível viver um monte de histórias ao mesmo tempo, fabular futuros felizes, e sobreviver quando o presente é árido. Nascida na cidade fluminense do aço, aprendeu a gostar das montanhas mineiras e a buscar mais livros e leituras de mundo em Juiz de Fora. Aprende que as letras não dão conta de tudo, que há vida e conhecimento nas palmas das mãos em rodas, giras, terreiros e barracões. Encontra o vento e é guardada pela sua senhora, na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. É bacharela em Artes e Design pelo IAD-UFJF em 2012, mestra em História também pela UFJF em 2015, é doutoranda em Artes, Culturas e Linguagens pela mesma instituição, desde 2019. Inicia-se na docência no ano de 2017 e, atualmente, é professora substituta do Departamento de Teoria e História da Arte da EBA-UFRJ. Desenvolve pesquisa sobre representações de negritude na história da arte branco-brasileira e compartilha da mirada decolonial. Em coletivo, produz pesquisa e aquilombamento intelectual no Laroyê!,  grupo de pesquisa da UFJF.

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Publicado

2021-01-22