ESTÉTICA DO ACIDENTE: RELAÇÃO ENTRE ARTE LITERÁRIA, COMBINATÓRIA E ACASO NO PROJETO LIBRARY OF BABEL, DE JONATHAN BASILE
DOI:
https://doi.org/10.61358/policromias.v7i1.50185Palavras-chave:
Library of Babel, Literatura, Acervo, Combinatória, Produção automatizadaResumo
Restringindo-se, em última análise, à combinação de símbolos visuais em estruturas significantes, a linguagem tem sido um dos campos mais prolíficos para experimentações artísticas generativas centradas na intersecção entre o humano e o artificial. O acervo virtual Library of Babel, criado por Jonathan Basile e inspirado no conto “A biblioteca de Babel”, do escritor argentino Jorge Luis Borges, complexifica essas experimentações ao utilizar-se do princípio da combinatória para disponibilizar aos leitores todos os rearranjos possíveis de 29 símbolos no espaço de uma página com capacidade para comportar 3200 caracteres. Partindo da criação de Basile, e fundamentado nas reflexões de Eco (2016), Calvino (2009) e Barthes (2007), este artigo busca investigar algumas das implicações de uma “escrita total” para os estudos literários e midiáticos em um contexto de geração automática de dados.
Referências
BARBOSA, P. Ciberliteratura: o computador como máquina semiótica. Ciberscópio, Universidade de Coimbra, p. 1-25, 2003. Disponível em: <https://po-ex.net/pdfs/clit_06.pdf>. Acesso em: 10 set. 2021.
BARTHES, R. Uma problemática do sentido. Inéditos, v.1 - Teoria. São Paulo: Martins Fontes, 2004, p. 104-138.
BASILE, J. Library of Babel. 2015. Disponível em: <https://libraryofbabel.info/About.html/>. Acesso em: 9 set. 2021.
BORGES, J. L. Ficções. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.
CALVINO, I. Assunto encerrado. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
DE SANT'ANNA, A. R. Desconstruir Duchamp: arte na hora da revisão. Rio de Janeiro: Vieira & Lent, 2003.
DOS SANTOS, A. L. Leituras de nós: ciberespaço e literatura. Itaú Cultural, 2003.
ECO, U. A definição da arte. Rio de Janeiro: Record, 2016.
FREUD, S. Conferências introdutórias sobre psicanálise. Edição Standard Brasileira das Obras Completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro, RJ: Imago, 1996.
FUX, J. Literatura e matemática: Jorge Luis Borges, Georges Perec e o OULIPO. Petrópolis: KBR Editora Digital, 2013.
GINZBURG, C. Sinais: raízes de um paradigma indiciário. Mitos, emblemas, sinais: Morfologia e história. São Paulo: Companhia das Letras, 1989, p. 143-180.
KANT, I. Crítica da faculdade do juízo. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1992.
LÉVY, P. O que é o virtual? São Paulo: Editora 34, 2003.
MARX, K. O Capital - Livro 1: Crítica da economia política. Livro 1: O processo de produção do capital. São Paulo: Boitempo, 2015.
QUENEAU, R. Cent mille milliards de poèmes. Paris: Gallimard, 1961.