QUESTÕES ÉTICO-ESTÉTICAS DA AUDIODESCRIÇÃO CINEMATOGRÁFICA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.61358/policromias.v7i2.50252

Palavras-chave:

Audiodescrição. Estética. Ética

Resumo

O artigo trata das considerações construídas a partir de experimentações em audiodescrição de imagens em movimento para promover a inclusão sociocultural de pessoas com deficiência visual, por meios ético-estéticos/imagético-sonoros da audiodescrição cinematográfica (ADC) - modalidade de tradução audiovisual, intersemiótica, como recurso de acessibilidade. Nossa questão - Como produzir sensações estéticas e um “contra–olhar” dos cegos nas relações imagéticas-sonoras entre o visível e o invisível? -, tem como objetivo a problematização da audiodescrição meramente técnica e a discussão de metodologias intersemióticas (tradução de imagens em palavras), estéticas (nas quais os cegos possam se tornar ativos na produção de sentidos com as imagens do cinema) e éticas (coparticipação criativa de cegos na audiodescrição, com a máxima “nada sobre nós, sem nós”) para melhor dar cumprimento ao dispositivo legal da obrigatoriedade da audiodescrição no território nacional.

Biografia do Autor

Dagmar Mello da Silva, Universidade Federal Fluminense

Psicóloga, Doutora em Educação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Professora Associada I da Universidade Federal Fluminense, Professora permanente do Programa de Pós-graduação em Diversidade e Inclusão da UFF e do Programa de Pós-graduação em Ciências, Tecnologias e Inclusão (PGCTIn) – Doutorado Acadêmico. Coordenadora do Laboratório de Audiodescrição em Obras Cinematográficas/Uff. Membro do Observatório Internacional de Inclusão, Interculturalidade e Inovação Pedagógica (OIIIIPE) e coordenadora da RIA40tena – Rede internacional de Ações coletivas de extensão, ensino e pesquisa.

Luiz Antônio Botelho Andrade, Universidade Federal Fluminense

Biólogo, Doutor em Imunologia pelo Instituto Pasteur, Professor Associado IV do Departamento de Imunobiologia da UFF, Coordenador do Laboratório de Audiovisual Científico da UFF (Labaciências), membro do Programa de Pós-graduação em Diversidade e Inclusão da UFF (CMPDI), do Observatório Internacional de Inclusão, Interculturalidade e Inovação Pedagógica (OIIIIPE) e do Programa de Pós-graduação em Ciências, Tecnologias e Inclusão (PGCTIn). Responsável pela Equipe de Comunicação do Projeto IntegraChagas-Brasil, atual Presidente da Associação Brasileira de Diversidade e Inclusão (ABDIn)

Kerllon Lucas Gomes Silva

Bacharel em Comunicação Social com habilitação em Publicidade e Propaganda pela Universidade Cândido Mendes, Licenciado em Cinema e Audiovisual pela Universidade Federal Fluminense, Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Mídia e Cotidiano - Bolsista CNPq, pela Universidade Federal Fluminense. Co-fundador do grupo de pesquisa e extensão: Laboratório de Audiodescrição em Obras Cinematográficas, coordenado pela Profª Dra. Dagmar de Mello e Silva.

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Publicado

2022-10-11

Edição

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Artigos