SUBJETIVIDADE E VERDADE A PARTIR DO ACONTECIMENTO DISCURSIVO DO AMOR DE ISMENODORA
DOI:
https://doi.org/10.61358/policromias.v7i1.52557Resumo
Ismenodora é uma das poucas mulheres que ganha destaque no curso Subjetividade e Verdade,
quando na aula do dia 4 de março de 1981, Michel Foucault dá continuidade a seu percurso
analítico sobre os regimes de existência e as artes de viver dos dois primeiros séculos de nossa
era. Sua preocupação mira, fundamentalmente, o problema da ética sexual na Antiguidade
greco-romana às vésperas da difusão do cristianismo e toma o texto de Plutarco – Erotikós
(Diálogos do amor) como um norte, em momentos precisos, para dar visibilidade às relações
- e às preferências - que se devem estabelecer entre o amor e o prazer. Na ênfase dada ao amor
pelas mulheres, Ismenodora é analisada por Foucault como sendo uma mulher pederasta por
possuir, dentre outras virtudes, a experiência de mulher mais velha (30 anos), apaixonada por
um rapaz mais novo (18 anos). Partimos de sua emergência no texto de Plutarco, protagonizando
uma situação cômica, articulada às reflexões de Foucault,para pensar nas atualidadesdos
sistemas de obrigações próprios do discurso verdadeiro presentes na rede de poder-saber
que enredaram e subjetivaram Ismenodora no passado e que enredam e subjetivam um sem
número de mulheres alvo do etarismo no presente.
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