GESTO DE ARMA COM AS MÃOS E/NA PRODUÇÃO DE SUBJETIVIDADES DA INFÂNCIA
DOI:
https://doi.org/10.61358/policromias.v8i1.54974Palavras-chave:
Gesto de arma, Infância, DiscursoResumo
Desde a campanha presidencial ocorrida no Brasil no ano de 2018, o gesto de arma sinalizado com as mãos se consolidou como a marca do então pré-candidato Jair Bolsonaro. À época, o que causava polêmica e chamava atenção era o modo como, em diferentes circunstâncias, as crianças eram orientadas e incentivadas a simular o uso de uma arma de fogo. Sob esse prisma, alguns enunciados ocuparam as páginas do noticiário nacional e internacional, o que nos levou a pensar como a infância e a criança têm sido discursivizadas pela extrema direita brasileira. Partimos, então, de dois questionamentos considerados essenciais: a)- De que forma construções discursivas sobre a infância incidem na constituição das subjetividades? b)- Quais relações de saber e de poder se fazem presente no gesto de arma realizado por crianças de diferentes classes socioeconômicas? Para responder tais questões, tomamos como referencial teórico a Análise do Discurso de linha francesa (AD), em recorrência a Michel Foucault. O corpus é constituído por 06 enunciados imagéticos em que se figuram crianças com gesto de arma ou portando armas, advindos de distintos veículos de comunicação. Assim, tomamos tais imagens como um enunciado. No gesto de análise, observamos que o gesto de arma feito com as mãos por uma criança é um enunciado que, por um lado, compõe o discurso sobre a violência autorizada daqueles que pertencem às classes média e alta e, por outro, a criminalização da infância pobre, asseverando as desigualdades sociais e de direitos dos sujeitos dentro de um sistema autoritário e segregador.
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