O HIBRIDISMO DO FENÔMENO SONORO E SEU DESDOBRAMENTO NA PRODUÇÃO DE HERMETO PASCOAL
DOI:
https://doi.org/10.61358/policromias.2023.v8n3.58683Palavras-chave:
Sonoridades. Hibridismo Sonoro. Música. Paisagem Sonora. Hibridismo Cultural.Resumo
Este artigo reflete sobre sonoridades que coexistem na dinâmica cultural e caracterizam uma escuta híbrida, sendo alvo de reinvenções diante das transformações sociais e da forma de ver o mundo. É nessa perspectiva que se propõe uma imersão no universo sonoro e musical, em sua relação entre materialidade e sentido, destacando o som, o ruído, o silêncio e a música como uma fusão híbrida que assola, de modo intenso, o campo sonoro contemporâneo. Nesse hibridismo, de onde emerge o som como fenômeno físico que se desdobra em expressões que vão de locuções à música, destaca-se a contribuição do conceito de paisagem sonora de Murray Schafer e se evidencia o hibridismo musical de Hermeto Pascoal. Para essa interlocução, com base em uma reflexão interdisciplinar, contribuem fundamentos da acústica e suas propriedades, do campo musical, do som como matéria e representação cultural e do hibridismo sonoro. O som é concebido como um signo, cuja significação é apreendida pela escuta ativa, e expõe-se o artista Hermeto Pascoal como exemplo de uma textura sonora humana, uma subjetividade plural, gerada por memórias da vida cotidiana, pela expressão oral, por emoções, articulação que faz de sua produção musical um hibridismo sonoro peculiar. Em sua conclusão, o artigo relaciona a forma híbrida dos sons com a diversidade e a multiplicidade do real, sugerindo que a reflexão sobre o hibridismo sonoro pode ser veículo de aproximação entre os seres humanos e de renovação.Referências
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