OS KIRIRI DO ACRÉ E O RESGATE DA LÍNGUA INDÍGENA
DOI:
https://doi.org/10.61358/policromias.v6i2.44455Resumen
Desde quando entraram na terra do Rio Verde, no munícipio de Caldas, região Sul de Minas Gerais, em março de 2017, as famílias kiriri vindas do município de Muquém do São Francisco, Oeste da Bahia, almejavam quatro objetivos: entrar na terra, construir casas de barro para as famílias, edificar uma cabana no centro da aldeia e um poró em meio à mata, para que pudessem realizar a ciência e, assim, entrar em contato com encantados de forma correta. Além dos quatro objetivos iniciais, almejava-se também a construção de uma escola, para que crianças, jovens e adultos pudessem estudar na aldeia e, dessa forma, não sofrer preconceito e se orgulhar de ser índio. Tal forma de construir o território faz parte do plano de manter a cultura viva e de resgatar o que foi perdido, em uma terra que enseja nos Kiriri o desejo de começar certo. Neste artigo demonstraremos como resgatar a língua indígena é um projeto que se desenvolve em diferentes esferas, articulando uma relação entre conhecimento, ciência e escola. Como veremos, resgatar a língua está intimamente conectada à luta pela terra empreendida pelas famílias indígenas da aldeia Ibiramã Kiriri do Acré.