UMA CRIANÇA MORTA: O INSUPORTÁVEL ESTRANHO DE NÓS MESMOS

Auteurs

  • Juliana Bartijotto Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo - Brasil https://orcid.org/0000-0002-6601-3002
  • Leda Verdiani Tfouni FFCLRP- Universidade de São Paulo

DOI :

https://doi.org/10.61358/policromias.v6i1.40901

Mots-clés :

Foto, Aylan Kurdi, Unheimlich, discurso dominante, refugiado.

Résumé

A foto de Aylan Kurdi afogado em uma praia da Turquia após naufrágio enquanto tentava buscar refúgio, assombrou e horrorizou o mundo dando início à procura de sentido por algo que, até então, estava recalcado no inconsciente coletivo. Essa foto escancarou algo desconhecido que evitávamos encarar por retratar uma realidade que evoca algo assustador de nós mesmos que nos olha de fora, denominado pela psicanálise de Unheimlich. Neste artigo, procuramos entender a foto e suas reverberações midiáticas. Analisamos a foto como um acontecimento discursivo que atualizou uma memória do que é ser criança e do tempo de infância, e ao mesmo tempo efetuou uma ressignificação do que é ser refugiado na atualidade. A partir do efeito de exclusão do funcionamento capitalista, detectamos uma tentativa de reversão: incluir os excluídos. Porém, o excluído (socialmente) é sempre susceptível de tornar-se Unheimlich, e aparece sob as mais diferentes representações, indiciando a desigualdade entre classes.

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Publiée

2021-04-30

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