“Festa na Bahia”, africanias na obra de Francisco Mignone

Autores

  • Andrea Albuquerque Adour da Camara Universidade Federal do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.47146/rbm.v30i2.26119

Palavras-chave:

música brasileira, nacionalismo musical, canção brasileira, línguas africanas, etnolinguística, Francisco Mignone

Resumo

A pesquisa sobre a presença do legado africano na música brasileira demanda metodologias com aportes da musicologia e da etnomusicologia, visto que os cantos com línguas africanas que influenciam nossa música, presentes nos terreiros e festas populares, utilizam de uma língua que não é mais falada: nos textos os saberes concentram-se sobretudo a partir de uma competência simbólica, sendo esta mais importante que a linguística. Tal especificidade torna muitas vezes impossível realizar uma tradução literal. E ainda torna necessária a utilização de entrevistas e conversas com colaboradores dos diversos contextos pesquisados, acrescentando à visão musicológica, um ponto de vista êmico. Este artigo trata das africanias presentes na canção “Festa na Bahia” para canto e piano do compositor Francisco Mignone, com poesia de Ribeiro Couto, composta em 1953. A metodologia utilizada para a construção dos saberes apresentados neste artigo consistiu na consulta em fontes históricas e etnolinguísticas. Os levantamentos relizados nos periódicos de época, disponíveis na Hemeroteca Digital Brasileira, visam compreender e contextualizar a composição e a repercussão da obra na época de sua estreia. Os aportes etnolinguísticos oferecidos por Castro (2005) fundamentam a elucidação de saberes a respeito do léxico africano presente na canção, contrapondo aos dicionários de português e evidenciam a importância da construção de um vocabulário de africanias na música vocal brasileira.

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Publicado

2017-12-30