Polémicas musicais entre «Practicos» e letrados: a dúvida entre Caetano de Melo de Jesus e Gregório de Sousa e Gouveia (Vila da Cachoeira, Recôncavo da Baía, 1760)

Autores

  • Mariana Portas de Freitas Fundação Calouste Gulbenkian

DOI:

https://doi.org/10.47146/rbm.v29i1.29157

Palavras-chave:

Tratado musical, teoria musical, música luso-brasileira, período colonial, século XVIII, temperamento musical, afinação de instrumentos

Resumo

Em Salvador da Baía, nos meados do século XVIII, as principais festividades do calendário litúrgico eram pontuadas por música de «canto de órgão» com acompanhamento instrumental, assegurada pelos mestres de capela das principais igrejas. O investimento no aparato musical da Sé Catedral, centro do poder eclesiástico, era emulado por outras igrejas sustentadas por confrarias e irmandades laicas, como a Santa Casa da Misericórdia, que por vezes disputava à Sé a primazia no esplendor das cerimónias. Neste contexto, Caetano Melo de Jesus e Gregório de Sousa e Gouveia relacionaram-se numa amizade temperada pela rivalidade artística e profissional. Na Vila da Cachoeira iniciaram uma disputa teórica acerca da sintonização dos meios-tons nas vozes e nos instrumentos. Reduzida a escrito por ambos músicos, um confirmando, e o outro questionando o quadro teórico vigente, a polémica iria fechar a Escola de Canto de Orgaõ como uma espécie de “peroração” final ou recapitulação do tratado baiano.

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Publicado

2016-06-30