Uma teoria cognitiva do efeito estético musical

Autores

  • Marcos Nogueira Universidade Federal do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.47146/rbm.v28i2.29184

Palavras-chave:

Cognição incorporada, semântica cognitiva, forma musical, escuta, efeito estético

Resumo

Um formalismo idealista sedimentou a ideia de que o entendimento musical deve ser obtido na mera apreensão de uma disposição lógica de eventos musicais concatenados discursivamente. Assim os modelos formais resultantes de uma análise sintática musical proporcionaram a ilusão da coerência estilística entre as obras desse modo investigadas e cotejadas, assumindo papel central de objeto do entendimento musical. Todavia, se considerarmos como no realismo incorporado que os sentidos da música – assim como quaisquer outros sentidos constituídos em quaisquer campos de conhecimento – nascem de nosso engajamento com o mundo e têm origem nas e a partir de nossas ações sensório-motoras, o entendimento musical é, antes de tudo, entendimento do processo de abstração daqueles modelos formais, e não dos modelos propriamente. Estamos frente à tradicional controvérsia entre uma semântica formal, que em música apontaria diretamente para o campo da referenciação (ideias, expressão linguística, sentimentos, representação, simbolismo), recorrentemente abordado pela teoria musical da Modernidade, e uma semântica cognitiva, comprometida com o como construímos o sentido musical, ou seja, com o estudo dos processos por meio dos quais organizamos imaginativamente os eventos musicais no ato da escuta. Este artigo pretende discutir os processos que constituem uma semântica cognitiva dos efeitos estéticos tonais.

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Publicado

2015-12-30

Edição

Seção

Artigos