Bolhas, incerteza e fragilidade financeira: uma abordagem pós-keynesiana

Autores/as

  • José Luis Oreiro UCAM -- Universidade Cândido Mendes, Mestrado em Economia Empresarial

Palabras clave:

bolhas, fragilidade financeira, estado de confiança

Resumen

Este artigo tem por objetivo apresentar a teoria pós-keynesiana sobre “bolhas” nos preços dos ativos financeiros e a relação destas com o conceito de fragilidade financeira. Essa apresentação será conduzida por intermédio de uma versão modificada do modelo Taylor-O'Connell (1985) de crises financeiras à la Minsky. Ao contrário da versão original do referido modelo, iremos considerar a existência de intermediários financeiros (bancos comerciais) de forma a fazer com que as firmas possam financiar os seus investimentos por outros expedientes que não a emissão de ações. Além disso, iremos supor também que a dinâmica do “estado de confiança” está relacionada não com o nível de taxa de juros, mas com o grau de fragilidade financeira. Nesse contexto, demonstra-se que (i) a existência de um baixo grau de substituição entre moeda e demais ativos financeiros (ações e títulos do tesouro) bem como uma baixa sensibilidade do investimento às variações da taxa de juros são condições suficientes para a ocorrência de “bolhas”; de forma que as mesmas deverão ocorrer em economias nas quais os mercados financeiros sejam pouco organizados; (ii) as “bolhas” decorrem de um processo endógeno de mudança do “estado de confiança” a respeito da capacidade das firmas em honrar os seus compromissos contratuais (pagamento de juros e amortizações) junto aos bancos comerciais; e (iii) a ocorrência de “bolhas” está associada a um aumento contínuo do nível de fragilidade financeira da economia como um todo. 

Publicado

2018-08-22