Finança comportamental e a hipótese dos mercados eficientes

Autores

  • Dante Mendes Aldrighi Departamento de Economia da Universidade de São Paulo (USP)
  • Daniel Yabe Milanez IPE-USP

Palavras-chave:

finança comportamental, hipótese dos mercados eficientes, vieses de heurísticas, excesso de confiança, limites à arbitragem

Resumo

Os principais objetivos deste artigo residem na discussão das motivações que levaram à constituição do programa de pesquisa em Finança Comportamental e no exame do arcabouço conceitual até agora desenvolvido. Argumenta-se que esse novo campo de pesquisa é essencialmente uma reação ao fracasso da “hipótese dos mercados eficientes” de explicar uma ampla gama de fenômenos financeiros recorrentemente observados, tais como a (parcial) previsibilidade dos retornos dos ativos financeiros, volumes excessivos de negociação, e a diversificação ingênua. Enfatiza-se, ainda, que a Finança Comportamental, movida pelo intento de explicar essas “anomalias”, rejeita o pressuposto da racionalidade ilimitada e adota uma perspectiva que incorpora na análise econômica contribuições da Psicologia e da Sociologia. Por isso, são analisados alguns componentes de seu arcabouço conceitual relacionados a vieses gerados por heurísticas (como heurística da disponibilidade, heurística da representatividade, ancoragem, excesso de confiança, dependência do contexto, contabilidade mental, e aversão à perda), e mostra-se como têm sido empregados para solucionar algumas das anomalias não explicadas pela teoria convencional de finanças. O artigo trata também da questão do fracasso da arbitragem em eliminar esses erros sistemáticos de avaliação de probabilidades e de previsão de valores. 

Downloads

Publicado

2019-11-08