Transmissão assimétrica de choques de custos: uma análise SVAR para o Brasil durante as metas de inflação (1999-2016)
Resumo
O objetivo deste artigo é analisar empiricamente as peculiaridades da economia brasileira que podem explicar a observada rigidez na baixa do Índice de Preços no Consumidor (IPCA). Investigamos a existência de assimetria na transmissão de preços e de heterogeneidade na dinâmica inflacionária entre diferentes setores da economia, bem como avaliamos o repasse da taxa de câmbio, do índice de commodities e da produção industrial aos preços ao consumidor (IPCA) e ao produtor (Índice de Preços ao Produtor Amplo [IPA]). O IPCA foi desagregado em alimentos e bebidas, industrializados, serviços e preços monitorados. As estimações foram realizadas por meio de modelos simétricos e assimétricos de Vetores Autorregressivos Estruturais (SVAR). Os resultados indicaram que a taxa de câmbio é a variável mais relevante na dinâmica do IPCA, seguido do índice de commodities. A produção industrial mostrou-se menos relevante que os fatores externos, inclusive no modelo para produtos industrializados. Foi verificada a existência de assimetria positiva no repasse cambial em todas as desagregações do IPCA. A principal conclusão é de que os choques de custos não devem ser tratados como meros ruídos brancos, com média zero e que, portanto, se compensam no tempo.
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