Significado das atividades de grupo para usuários de um centro de atenção psicossocial/The meaning of group activities for users of a Psychosocial Care Center

Autores

  • Gisely Gabrieli Avelar Castro Universidade Federal do Pará
  • Paloma de Lima Mendes Medeiros de Souza
  • Airle Miranda de Souza
  • Victor Augusto Cavaleiro Corrêa

DOI:

https://doi.org/10.47222/2526-3544.rbto4780

Palavras-chave:

Ciência da ocupação, Prática de grupo, Saúde mental, Terapia Ocupacional.

Resumo

No campo da saúde mental, os Centros de Atenção Psicossocial - CAPS  se destacam por serem um serviço de base territorial com diversas possibilidades de intervenção, dentre as quais destacamos as atividades grupais. Neste estudo, buscou-se compreender o significado das atividades de grupo para os usuários de um CAPS, baseado na perspectiva da Ciência Ocupacional. Realizou-se uma pesquisa qualitativa, utilizando a entrevista aberta com onze usuários do serviço, e observação livre com registro em diário de campo de cada atividade grupal. A análise do conteúdo das entrevistas indicou as atividades de grupo como estratégia importante na assistência em saúde mental, enquanto espaço de expressão e partilha de experiências e sentimentos, favorecimento das relações sociais e da autopercepção que influenciavam em sua saúde. Observou-se também que funcionavam como estratégia terapêutica relevante para o cuidado em saúde mental, pois permitiam satisfação pessoal e preenchiam o tempo dos usuários significativamente, de modo que viabilizou a discussão da possibilidade ocupacional veiculada por meio dos grupos. Nesse sentido, este estudo possibilitou a articulação entre as ações da Terapia Ocupacional, ancoradas na Ciência da Ocupação, impulsionando refletir sobre a fundamentação teórica e outros campos do conhecimento científico na área, sendo um horizonte que pode nortear as práticas dessa profissão, além de incitar a reflexão de modos distintos de compreender as ocupações humanas, nos quais as atividades em grupo podem se constituir como possibilidade ocupacional.

 

In the field of mental health, the Psychosocial Care Centers - CAPS stand out as a territorial base service with several possibilities for intervention, among which we highlight the group activities, so in this study, we seek to understand the meaning of group activities for The users of a CAPS, based on the perspective of Occupational Science. A qualitative research was carried out, using the open interview with eleven users of the service, and free observation with recording in field diary of each group activity. The analysis of the interview content indicated group activities as an important strategy in mental health care, as a space for expressing and sharing experiences and feelings, favoring social relations and self-perception that influenced the participant's health. It was also observed that they allowed personal satisfaction and filled users' time significantly, so that the discussion of the occupational possibility conveyed through the groups was feasible. In this sense, this study also allowed the articulation between the actions of Occupational Therapy, anchored in Occupational Science, impelling to reflect on the theoretical foundation used in the profession and this Science as a possibility, a horizon that guides the occupational therapeutic practices, besides inciting Reflection of different ways of understanding human occupations, in which group activities may constitute an occupational possibility.

Keywords: Occupational science; Group practice; Mental health; Occupational therapy.

 

En el campo de la salud mental, los Centros de Atención Psicosocial - CAPS se destacan por ser un servicio de base territorial con diversas posibilidades de intervención, entre las cuales destacamos las actividades grupales, por eso en este estudio, buscamos comprender el significado de las actividades grupales para los usuarios de un CAPS, basado en la perspectiva de la Ciencia Ocupacional. Se realizó una investigación cualitativa, utilizando la entrevista abierta con once usuarios del servicio, y observación libre con registro en diario de campo de cada actividad grupal. El análisis del contenido de las entrevistas indicó las actividades grupales como estrategia importante en la asistencia en salud mental, como espacio de expresión y compartir experiencias y sentimientos, favorecimiento de las relaciones sociales y de la autopercepción que influían en la salud de los participantes. Se observó también que permitían satisfacción personal y llenaban el tiempo de los usuarios significativamente, de modo que viabilizó la discusión de la posibilidad ocupacional vehiculada por medio de los grupos. En este sentido, este estudio también posibilitó la articulación entre las acciones de la Terapia Ocupacional, ancladas en la Ciencia Ocupacional, impulsando reflexionar sobre la fundamentación teórica utilizada en la profesión y esta Ciencia como una posibilidad, un horizonte que nortee las prácticas terapéuticas ocupacionales, además de incitar a Reflexión de modos distintos de comprender las ocupaciones humanas, en las cuales las actividades grupales pueden constituirse como posibilidad ocupacional.

Palabras clave: Ciencia ocupación; Práctica de grupo; Salud mental; Terapia ocupacional.

Referências

- Santos S. Grupo de família em um centro de atenção psicossocial (caps) II: Relato de experiência [monografia]. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina; 2014.

- Ministério da Saúde (BR). Saúde Mental no SUS: Os Centros de Atenção Psicossocial. Brasília: Ministério da Saúde; 2004.

- Brunello MIB, Welfort CF. Relato de experiência de um grupo de culinária em Caps. In: Maximino V, Liberman F. Grupos e Terapia Ocupacional: Formação, pesquisa e ações. São Paulo: Summus; 2015. p. 2010-225.

- Ministério da Saúde (BR). Cadernos de Atenção Básica - Saúde mental. Brasília: Ministério da Saúde; 2013.

- Maximino VS. A constituição de grupos de atividades com pacientes psicóticos. [tese]. São Paulo: Universidade Estadual de Campinas; 1997.

- Corrêa VAC. A expressão do pesar nas atividades ocupacionais quando alguém querido morre. [dissertação]. Belém: Universidade Federal do Pará; 2009.

- AOTA. Estrutura da Prática em Terapia Ocupacional: domínio e processo. Rev Ter Ocup Univ São Paulo. 2015; 26 (ed. esp.): 1-49.

- Minayo MCS. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 8. ed. São Paulo: Hucitec; 2004.

- Pimentel A, Oliveira IB, Araújo L. Pesquisa qualitativa: aplicações em Terapia Ocupacional e Psicologia. In: ______. Pesquisas qualitativas em Terapia Ocupacional. Belém: Amazônia Editora; 2009. p. 25-37.

- Ferreira M, Carvalho M. A Terapia Comunitária em um Centro de Atenção Psicossocial: (des) atando pontos relevantes. Rev Gaúcha Enferm., Porto Alegre (RS). 2010; 31 (2): 232-239.

- Bardin L. Análise de Conteúdo. 4. ed. Lisboa, Portugal: Edições 70; 2009.

- Mielke F, Kantorski L, Jardim V, Olschowsky A, Machado M. O cuidado em saúde mental no CAPS no entendimento dos profissionais. Ciência & Saúde Coletiva. Porto Alegre. 2009; 14(1):159-164.

- Maximino V, Liberman F. Cenas em formação: buscando na prática os pressupostos para o que fazemos com grupos. In: Maximino V, Liberman F. Grupos e Terapia Ocupacional: Formação, pesquisa e ações. São Paulo: Summus; 2015. p. 10-26.

- Frateschi M, Cardoso C. Práticas em saúde mental na atenção primária à saúde. Rev. Psico. Porto Alegre. 2016; 47(2): 159-168.

- Nascimeto A, Gaio D. Possibilidades de recursos terapêuticos para pacientes psicóticos. Cad. da Esc. de Saúde, Curitiba. 2016; 1(15): 81-95.

- Santos AM, Assis MMA, Rodrigues AÁAO, Nascimento MAA, Jorge MSB. Linhas de tensões no processo de acolhimento das equipes de saúde bucal do Programa Saúde da Família: o caso de Alagoinhas, Bahia, Brasil. Cad. Saúde Pública. 2007; 23 (1): 75-85.

- Santos M, Silva R, Siqueira M. Tecnologias leves presentes na atenção de usuários de drogas em internação. Sau. & Transf. Soc., Florianópolis. 2016; 7 (2): 83.-92.

- Schrank G, Olschowsky A. O centro de Atenção Psicossocial e as estratégias para inserção da família. Rev. a Esc. Enf. USP. 2008; 42 (1): 127-134.

- Bedell GM. Measurement of social participation. In: V. Anderson & M. H. Beauchamp (Eds.), Developmental social neuroscience and childhood brain insult: Theory and practice. New York: Guilford Press; 2012. p. 184--206.

- Brunello M . Terapia ocupacional e grupos: uma análise da dinâmica de papéis em um grupo de atividade. Rev. Ter. Ocup. USP. 2002; 13 (1): 1-43.

- Yerxa EJ. Occupational Science: a new source of power for participants in occupational therapy. Jour. Occup. Science. Australia. 1993; 1 (1): 03-09.

- Clark F, Lawlor MC. A elaboração e o significado da Ciência Ocupacional In: Crepeau EB, Cohn ES, Schell BAB. Willard e Spackman: Terapia Ocupacional. 11. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2011. p. 2-14.

- Dickie V. O que é Ocupação? In: Crepeau EB, Cohn ES, Schell BAB. Willard e Spackman: Terapia Ocupacional. 11. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2011. p. 15-21.

- Espinosa IM, Gómez PS. Ocupaciones de tempo libre: uma aproximación desde la perspectiva de los ciclos vitales, desarrollo y necessidades humanas. Rev Chilena Ter. Ocup. Santiago. 2006; 6.

- Carrasco MJ, Olivares AD. Haciendo camino al andar: construcción y comprensión de la ocupación para la investigación y práctica de la terapia ocupacional. Rev Chilena Ter. Ocup. Santiago. 2008; 8: 5-16.

- Araújo L, Folha OC. Ocupación Humana y la práctica de los terapeutas ocupacionales en la Amazônia en Pará: una perspectiva fenomenológica. Rev Chilena Ter. Ocup. Santiago. 2010; 10: 99 -- 110.

Downloads

Publicado

31-07-2017

Edição

Seção

Artigo Original