Na Toca da Onça cabe o Brasil todinho
as ladeiras de pedras das catástrofes ancestrais
Resumo
Este ensaio poético é fruto de um intenso mergulho interior e de um exercício de volta ancestral, que, à luz de Povinelli, Krenak, Gonzalez, Mombaça e outres, expõe as catástrofes ancestrais e as violências, apagamentos e silenciamentos que emergem do chão da colonização em Jaguaquara-BA, mas que se mantêm até hoje. Assim, por meio da análise dos discursos dominantes legitimados pela colonialidade do saber, como “A História”, e do seu confronto com as memórias (Gonzalez, 1984) enquanto narrativas locais e pessoais, e dos silêncios e silenciamentos, este ensaio poético evidencia as ficções de poder colonial forjadas como saber legítimo e história oficial, que apagam as participações negras e indígenas no fazer contínuo Jaguaquara. O objetivo é a redistribuição da violência (Mombaça, 2021) colonial praticada contra as populações indígenas, negras e mais que humanas, há muitos séculos, nas terras da Toca da Onça. Além disso, busco contar, por meio dos rastros e dos vazios, uma outra versão de Jaguaquara, ao mesmo tempo em que se evidenciam as resistências que florescem, muitas vezes invisíveis sob o peso da colonialidade.
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