Ideologias linguísticas e Inglês para Fins Acadêmicos: uma análise um material didático de letramentos acadêmicos críticos
Schlagworte:
inglês para fins acadêmicos, letramentos acadêmicos, , letramento crítico, material didáticoAbstract
Ao passo que forças globalizantes têm impactado as práticas discursivas e as dinâmicas institucionais dos espaços acadêmicos, os conhecimentos produzidos em universidades e institutos de pesquisa têm sido submetidos a sistemas de legitimação, dentre os quais se destaca o uso predominante da língua inglesa. Nesse cenário, a língua inglesa é ideologicamente construída como condição ao sucesso profissional-acadêmico, entendido em um paradigma materialista e individualista. Este estudo visa a investigar um material didático de Inglês para Fins Acadêmicos (IFA) produzido no âmbito do curso de Inglês para Graduandos da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Por meio de práticas interpretativas de viés qualitativo, procuro entender como o material didático articula enunciados concretos e atividades didáticas para confrontar ideologias linguísticas individualizantes, celebratórias e normatizantes construídas em torno do uso da língua inglesa como língua franca em contextos acadêmicos. Em última instância, pretendo, por meio deste trabalho investigativo, contribuir com as discussões sobre a relocalização do campo de IFA no contexto universitário latinoamericano.
Literaturhinweise
ANDERSON, B. Imagined communities: Reflections on the origin and spread of nationalism (Rev.ed.). London: Verso. 1991
ARNOUX, E. La perspectiva glotopolítica en el estudio de los instrumentos lingüísticos: aspectos teóricos y metodológico. Matraga, v.23, n.38, jan/jun 2016.
BAKHTIN, M. Os gêneros do discurso. São Paulo: Editora 34, 2016, p. 11-69.
BENESCH, S. Needs Analysis and Curriculum Development in EAP: An Example of a Critical Approach. Tesol Quarterly, v. 30, n. 4, p. 723-738, 1996.
BENESCH, S. Critical English for Academic Purposes: Theory, Politics, and Practice. Londres: Lawrence Erlbaum Associates, Publishers, 2001.
BENTIVEGNA, D. Antonio Gramsci: Práxis e glotopolítica. In: AGLO 2017 # 1. Anuario de Glotopolítica. BAS, AR: Editorial Cabiria, 2017. Disponível em: https://glotopolitica.com/2018/04/19/anuario-2017-1/
BOURDIEU, P. The economics of linguistic exchanges. Social Science Information, vol. 16, n. 6, p. 645-668, 1977.
CASTELANO RODRIGUES, F. A noção de direitos linguísticos no Brasil: entre a democracia e o fascismo. Língua e instrumentos linguísticos, v. 42, p. 33-56, 2018.
CELANI, M. A. A. When myth and reality meet: Reflections on ESP in Brazil. English for Specific Purposes, v. 27, n. 4, 2008, p. 412-423.
CELANI, M. A. A. Revivendo a aventura: desafios, encontros e desencontros. In: CELANI, M. A. A.; FREIRE, M. M.; RAMOS, R. de C. G. (Orgs.). A abordagem instrumental no Brasil: um projeto, seus percursos e seus desdobramentos. Campinas: Mercado de Letras, 2009. p. 17-31.
CHUN, C. W. Contesting neoliberal discourses in EAP: Critical praxis in an IEP classroom. Journal of English for Academic Purposes, v. 8, n. 2, p. 111-120, 2009.
CHUN, C. Critical literacy writing in ESP: Perspectives and approaches. In: FLOWERDEW, J.; COSTLEY, T. (Eds.). Discipline-specific writing: Theory into practice. London: Routledge, 2016.
DEL VALLE, J. Glotopolítica y teoria del lenguaje. In: AGLO 2017 # 1. Anuario de Glotopolítica. BAS, AR: Editorial Cabiria, 2017. Disponível em: https://glotopolitica.com/2018/04/19/anuario-2017-1/
DENZIN, N.; LINCOLN, Y. A disciplina e a prática da pesquisa qualitativa. In: DENZIN, N.; LINCOLN, Y. (Orgs.). O planejamento da pesquisa qualitativa: teorias e abordagens. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006, 432 p.
FABRÍCIO, B. F. Linguística aplicada como espaço de “desaprendizagem”: redescrições em curso. In: MOITA LOPES, L. P. (Org.) Por uma linguística aplicada INdisciplinar. São Paulo: Parábola, 2006, p. 45-65.
GRAMSCI, A. Caderno 29: Notas para uma introdução ao estudo da Gramática. 1935
GRAY, J. The Global Coursebook in English Language Teaching In: BLOCK, D.; CAMERON, D. (eds.): Globalization and Language Teaching. Routledge, pp. 151–67. 2002
HYLAND, K. English for academic purposes: An advanced resource book. Oxon: Routledge, 2006.
HYLAND, K. Sympathy for the devil? A defence for EAP. Language Teaching, v. 51, n. 3, p. 383-399, 2018.
IVES, P. Global English, Hegemony and Education: Lessons from Gramsci, Educational Philosophy and Theory, 41:6, 661-683, DOI: 10.1111/j.1469-5812.2008.00498.x. 2009
JOSEPH, J. Language and politics. Edinburgh: Edinburgh University Press, 2006. (capítulo 1)
KALANTZIS, M.; COPE, B. Literacies. Cambridge: Cambridge University Press, 2012.
KROSKRITY, P. Language ideologies. In: DURANTI, A. (Ed.) A companion to linguistic anthropology. London: Blackwell Publishing, 2004. p. 496–517.
KUMARAVADIVELU, B. A Linguística Aplicada na Era da Globalização. In: MOITA LOPES, L. P. da (Org.). Por uma Linguística Aplicada INdisciplinar. São Paulo: Parábola Editorial, 2006, p. 129-148.
MILROY, J. Ideologias linguísticas e as consequências da padronização. In: LAGARES, X.; BAGNO, M. Políticas da norma e conflitos linguísticos. São Paulo: Parábola Editorial, 2011.
LAGARES, X. C.. Qual política linguística? Desafios glotopolíticos contemporâneos. São Paulo: Parábola, 2018.
LEA, M. R.; STREET, B. V. The “Academic Literacies” Model: Theory and Applications. Theory into practice, v. 4, n. 45, p. 368-377, 2006.
LENZ, C. O conceito de língua na obra de Antonio Gramsci. Cadernos do IL. 1. 241-254. 10.22456/2236-6385.93256. 2019
LEU, D. J.; KINZER, C. K.; COIRO, J.; CASTECK, J.; HENRY, L. A. New Literacies: A Dual-Level Theory of the Changing Nature of Literacy, Instruction, and Assessment. Journal of Education, ed. 197, p. 1-18, 2017.
MASSEY, D. Imagining globalization: power-geometries of time-space. In: MASSEY, D. Global futures. Palgrave Macmillan, London, 1999. p. 27-44.
MOITA LOPES, L. P. Inglês e globalização em uma epistemologia de fronteira: ideologia lingüística para tempos híbridos. DELTA, v. 24, n. 2, p. 309-340, 2008.
MOITA LOPES, L.P. (Org.). O português no século XXI: cenário geopolítico e sociolinguístico. São Paulo: Parábola, 2013. (Introdução e capítulo 4)
NIÑO-MURCIA, M. “English is like the dollar”: Hard currency ideology and the status of English in Peru. World Englishes, v. 22, n. 2, 2003, p. 121-141.
PENNYCOOK, A. Critical Applied Linguistics. In: DAVIES, A.; ELDER, C. (Eds.) The Handbook of Applied Linguistics. Malden, MA: Blackwell Publishing Ltd, 2004, p. 784-807.
PHILLIPSON, R. English-Only Europe? Challenging Language Policy. Londres: Routledge, 2003.
RAJAGOPALAN, K. A geopolítica da língua inglesa e seus reflexos no Brasil: por uma política prudente e propositiva. In: LACOSTE, Y.; RAJAGOPALAN, K. (Orgs.). A geopolítica do inglês. São Paulo: Parábola Editorial, 2005, p. 135-159.
SONGHORI, M. H. Introduction to needs analysis. In: English for Specific Purposes World, [s.l.], v.7, n. 4, 2008.
SOUSA SANTOS, B. Uma concepção multicultural de direitos humanos. Lua Nova: Revista de Cultura e Política, São Paulo, n. 39, p. 105-124, 1997.
SOUSA SANTOS, B. O fim do império cognitivo: a afirmação das epistemologias do Sul. Belo Horizonte: Autêntica Editora, Ed. 1, 2020.
Downloads
Veröffentlicht
Ausgabe
Rubrik
Lizenz
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).