O Movimento afro-alemão e o protagonismo das mulheres negras contra sua Invisibilidade na Alemanha
Abstract
O encontro da “artevista” (gostaríamos de assim designar essas mulheres) Audre Lorde com mulheres negras alemães e aquelas oriundas da diáspora africana na Alemanha resultou em um rico legado de construção de um movimento de resistência pela igualdade racial e de gênero. À construção do pensamento crítico dentro da academia, correspondeu uma consistente intervenção artística polissêmica (fluida, informacional, contingente, relacional, plural) que engendrou uma nova configuração de atuação social e política na esfera pública. Suas obras corporificam-se em textos, sons, atos, artefatos conjugados em trabalhos que transpassam fronteiras criativas, linguagens, campos semânticos e estéticos. Elas reivindicam, neste sentido, uma amálgama entre episteme e ontologia oriundas da transculturalidade, colocando desafios à interdisciplinaridade, que é justamente compreender esta multifacetada combinação de elementos representativos e estéticos. Esses atos performativos permitem um “apagamento de fronteiras” entre os campos artísticos e entre arte, política e tecnologia. Essas articulações de trato e de sentidos, implodem as designações do que é arte, do que é ser artista e ativista política. Sua referência principal foi o pensamento feminismo negro, oriundo sobretudo dos EUA, incluindo aí as obras de Audre Lorde, Angela Davis, Tony Morrison, Alice Walker, o arcabouço teóricometodológico da interseccionalidade de Kimberlé Crenshaw e bell hooks, entre outros, além de Franz Fanon e Du Bois.
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