Limites e ultrapassagens no autoconhecimento da mulher: pontos de tensão entre "As doze cores do vermelho", "Corpo no cerco", "Maramar" e "Cantos e cantares", de Helena Parente Cunha

Autores

  • Angélica Soares

DOI:

https://doi.org/10.55702/3m.v13i20.11035

Resumo

Este exercício crítico de penetração nos vestígios da poética de Helena Parente Cunha realiza-se como um pensar (ex)tensivo do literário, que permite um olhar inter-relacional entre o romance As doze cores do vermelho e os
poemas de Corpo no cerco, Maramar e Cantos e cantares. Por esse procedimento, percebemse a constância da busca pela mulher do autoconhecimento libertador, bem como pontos de tensão na própria constituição do literário, pondo-se, intensivamente, a narrativa a serviço do lirismo. Quer o romance, quer os poemas se identificam pela poeticidade que faz explodir os contornos dos gêneros literários. Esse caráter explosivo se projeta, entre outros recursos, na construção dialogante de imagens (com ênfase em metáforas, sinestesias, neologismos); na linguagem fragmentada por
cortes inesperados na frase, que acaba por se confundir com verso; pela ausência de pontuação, pela tensão entre som e sentido, por repetições de sons, supressões de frases, palavras e expressões, que atuam na intensificação rítmica do discurso, a refletirem, muitas vezes, o estado angustiante da personagem no romance e do sujeito lírico nos poemas. As reflexões
sobre o processo de construção de identidade apóiam-se na teoria crítica feminista, em referências à psicanálise e em observações de alguns teóricos do pós-estruturalismo.

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Publicado

2017-06-29