As viagens de um Gulever: o ensino de literatura como (re)existência na contemporaneidade
DOI:
https://doi.org/10.55702/3m.v24i44.33310Palavras-chave:
ensino de literatura, (re)existência, escolaResumo
Advogo neste ensaio que a Linguística Aplicada INdisciplinar deve constituir espaço de renarrativização de vidas sociais historicamente situadas à margem dos centros de poder. Nesse sentido, compreendo o discurso literário como uma importante arena de disputa entre forças centrípetas e centrífugas (BAKHTIN, 2002), em que a produção literária de autoras e autores moradores de favelas, por exemplo, põe em xeque o que o cânone (BOURDIEU, 1996) legitimou como ‘alta literatura’, possibilitando, assim, a reescritura de histórias sociais sempre sufocadas à margem dos centros de poder, aniquiladas por uma necropolítica (MBEMBE, 2018). Para Schmidt (2017), a literatura deve ser vista à luz do reconhecimento das relações de saber/poder e poder/saber, como uma categoria ‘transitiva’, como um fenômeno histórico situado no campo das formas de cultura. Dessa maneira, defendo o discurso literário como um importante espaço de quebra com a concepção da literatura sob uma ótica beletrista, alicerçada apenas na noção formalista de ‘literariedade’. Com base nessas perspectivas teóricas, objetivo, neste trabalho, entender a produção literária de Gulever Bastos Moreira, poeta do Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, como uma prática de (re)existência (SOUZA, 2011) à máquina da morte encarnada pelo cânone brasileiro dentro e fora da escola.
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