Quaresma e Floriano Peixoto: os pesos e as medidas na balança da ficção de idéias

Autores

  • Alcmeno Bastos UFRJ

DOI:

https://doi.org/10.55702/3m.v7i9.37811

Palavras-chave:

ficção e história, personagem de extração histórica, Lima Barreto, Machado de Assis.

Resumo

Em Triste fim de Policarpo Quaresma (1915), de Lima Barreto, a descrição do
major Policarpo Quaresma, personagem de extração inteiramente ficcional, subordina-
se ao saber individualizado do narrador. Por outro lado, o marechal Floriano Peixoto,
personagem de extração histórica, é retratado com o apelo ao saber consensual,
histórico, que o narrador garante existir sobre ele. A recorrência a dados externos ao
universo propriamente ficcional demonstra, por parte do narrador, consciência de que,
no trato de uma personagem de extração histórica, são insuficientes os recursos de
caracterização habitualmente empregados na criação de personagens inteiramente
ficcionais. Já em Esaú e Jacó (1908), de Machado de Assis, a matéria de extração
histórica – a queda da monarquia e os primeiros tempos da república – é aproveitada
sem alarde, intencionalmente desinflada de retumbância, e os acontecimentos são
repassados ao leitor pelo filtro da consciência entediada do Conselheiro Aires.

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Publicado

2020-08-27