2.6 Estrondo comum (2013, trad. Vinícius Nicastro Honesko)
DOI:
https://doi.org/10.55702/3m.v27i53.61195Palavras-chave:
política, cidade antiga, existência comum, estrondoResumo
Pequeno fragmento extremamente denso sobre política que parte do sentido histórico da política, associado ao nascimento da polis grega, que hoje, de fato, não faz “nenhum sentido para nós”. Esse desenho, resultado de uma separação, nunca de fato completada, nem abolida, entre a coletividade humana autogovernada e a autoridade divina, será repetido, sob diversas formas, ao longo da história da “cidade”. De maneira conspícua, a modernidade verá a instauração de uma “profunda deiscência” entre a República e o Estado, de um lado, e uma “instância figural, autoritária e separada” que deseja precisamente anular a separação e “renascer” enquanto esfera da “existência comum”. Surge hoje todo um novo sentido de política, entendido como “configuração de um espaço de circulação de sentido”, que recusa todas as formas de completude autoritária, refugiando-se em um sentido de “revolta”, por oposição à “revolução”. A revolta não visa à abolição da separação constitutiva da política, como a revolução: ela não discursa, ela “estronda”. O “comum estronda”.Downloads
Publicado
2023-09-29
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