2.6 Estrondo comum (2013, trad. Vinícius Nicastro Honesko)

Autores

  • Jean-Luc Nancy

DOI:

https://doi.org/10.55702/3m.v27i53.61195

Palavras-chave:

política, cidade antiga, existência comum, estrondo

Resumo

Pequeno fragmento extremamente denso sobre política que parte do sentido histórico da política, associado ao nascimento da polis grega, que hoje, de fato, não faz “nenhum sentido para nós”. Esse desenho, resultado de uma separação, nunca de fato completada, nem abolida, entre a coletividade humana autogovernada e a autoridade divina, será repetido, sob diversas formas, ao longo da história da “cidade”. De maneira conspícua, a modernidade verá a instauração de uma “profunda deiscência” entre a República e o Estado, de um lado, e uma “instância figural, autoritária e separada” que deseja precisamente anular a separação e “renascer” enquanto esfera da “existência comum”. Surge hoje todo um novo sentido de política, entendido como “configuração de um espaço de circulação de sentido”, que recusa todas as formas de completude autoritária, refugiando-se em um sentido de “revolta”, por oposição à “revolução”. A revolta não visa à abolição da separação constitutiva da política, como a revolução: ela não discursa, ela “estronda”. O “comum estronda”.

Biografia do Autor

Jean-Luc Nancy

Jean-Luc Nancy (1940-2021) foi professor titular e emérito na Universidade Marc Bloch em Estrasburgo, França. Juntamente com o amigo e colega Philipe Lacoue-Labarthe fundou, na década de 1980, o Centro de investigações filosóficas sobre o político. Escreveu inúmeros artigos e livros sobre filósofos clássicos. Com um pensamento original, contribuiu para o pensamento contemporâneo da comunidade, da natureza do político, do sentido e do corpo. Entre as traduções feitas no Brasil de sua obra, destacam-se: Banalidade de Heidegger (Via Verita, 2017); Demanda: Literatura e Filosofia (Argos, 2016); A Comunidade Inoperada (7 Letras, 2016); O Pensamento Despojado (Lumme editor, 2015); Corpo, Fora. (7Letras, 2015); Arquivida: do senciente e do sentido (Iluminuras, 2014); O Mito Nazista: seguido de O espírito do nacional-socialismo e o seu destino, com Philippe Lacoue-Labarthe (Iluminuras, 2002); O Título da Letra (Uma leitura de Lacan), com Philippe Lacoue-Labarthe (Escuta, 1991); O absoluto literário, com Philippe Lacoue-Labarthe (EUnB, 2022).

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Publicado

2023-09-29