A circularidade entre o “dizer” e a “linguagem comum” pelo volo a partir de Michel de Certeau e Richard Rorty
DOI:
https://doi.org/10.55702/3m.v28i55.61946Palavras-chave:
dizer, linguagem comum, volo, Michel de Certeau, Richard RortyResumo
A base teórica do artigo articula, sobretudo, o pensamento de Michel de Certeau e Richard Rorty, respectivamente, em A fábula mística (2015) e em Freud e a reflexão moral (1999). O conhecimento psicanalítico e místico traz à condição humana uma inovação na linguagem e uma expressão cultural de alcance universal. A inovação cultural é consistente com uma abordagem hermenêutica da experiência mística, permitindo-nos a apropriação de termos da tradição mística, como o símbolo da “noite” de João da Cruz. Nessa operação de ressignificação, a relevância universal do gesto ético do volo (em latim), “eu quero”, apresentado pelo autor francês, está associada ao “dizer” poético de autores “místicos” com implicações culturais através de “linguagem comum”.
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