Teoria das passagens

mulheres, escrita e magia no contemporâneo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.55702/3m.v29i59.66816

Palavras-chave:

escrita crítica, escrita literária, mulher, bruxaria, intimidade

Resumo

O artigo entende que há uma sobrevivência dos modos de vida comunais (Federici, 2023) no contemporâneo que pode deslocar o que foi balizado como relação entre escrita feminina e intimidade. Estando na origem da caça às bruxas, a hipótese é a de que a sobrevivência imaterial de tais modos de vida (Federici, 2023) se passa através da criação de relações múltiplas, sem centro, nas quais “tudo escreve” (Duras, 1993). Descentralizando a forma-homem, tais relações irrompem como uma passagem (vital) por onde as mulheres podem também escrever. As passagens indicam ainda diferenças entre escrita literária e escrita crítica.

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Biografia do Autor

Ana Paula Veiga Kiffer, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

Escritora e professora da PUC-Rio, Departamento de Letras e Arte da Cena - PPGLCC. É Cientista do Estado FAPERJ e Bolsista do CNPq. Pesquisa as relações entre corpo e escrita, entrelaçando fontes da literatura, artes visuais, psicanálise e filosofia. Seu último romance, No muro da nossa casa, foi lançado em setembro 2024, e já está em segunda edição e é finalista do Prêmio SP de Literatura, Ed. Bazar do Tempo. Com o primeiro romance, O canto dela (Patuá, 2021) foi finalista do Prêmio SP de Literatura e semifinalista do Oceanos. Autora dos livros de poesia Todo Mar (Urutau, 2019), Tiráspola (Garupa, 2017) e A punhalada (7Letras, megamini, 2016), e dos livros de ensaio Antonin Artaud (EDUERJ), Ódios Políticos e Política do Ódio, com Gabriel Giorgi (Bazar do Tempo, 2019) e Desejo e Devir, o escrever e as mulheres (Lumme, 2019), entre diversos outros textos, artigos e ensaios no Brasil e no exterior.

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Publicado

2025-12-01