A intimidade das imagens da noite, de Marguerite Duras a Camila Sosa Villada

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DOI:

https://doi.org/10.55702/3m.v29i59.67000

Palavras-chave:

noite, intimidade, imagem, Marguerite Duras, Camila Sosa Villada

Resumo

Este artigo propõe uma entrada na noite em sua relação de intimidade com a escrita a partir de duas obras que poderiam ser nomeadas autobiográficas. Num primeiro momento, com Marguerite Duras, leremos os efeitos de imagem, na narrativa, de uma noite que se torna interminável. Uma passagem se abre, então, para a noite de Camila Sosa Villada, numa transmissão noturna que, veremos, não se dá de maneira simplificada. Provocadas pela questão da intimidade na literatura, pensaremos de que modo a noite apaga os contornos do eu e faz surgir, da autobiografia, um corpo de escrita que se desdobra para fora de si.

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Biografia do Autor

Marina Gorayeb Sereno, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Doutora em Ciência da Literatura (2023) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, mestre em Teoria Psicanalítica (2018) e psicóloga (2015) formada pela mesma instituição. É autora de “Um livro aberto é também a noite”: O que passa pela imagem em Marguerite Duras, publicado pelo selo Margem da Palavra da Editora Urutau, além de outros trabalhos de pesquisa e publicações em torno da obra durassiana.

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Publicado

2025-12-01