Ninguém está nos ouvindo

na cela, no texto, na tela (de "O beijo da mulher-aranha")

Autores

DOI:

https://doi.org/10.55702/3m.v29i59.69216

Palavras-chave:

O beijo da mulher-aranha, Manuel Puig, teoria queer, melodrama, fetichismo

Resumo

No romance O beijo da mulher-aranha, de Manuel Puig (1976), a cela de uma prisão coloca frente a frente duas formas de sociabilidade, “duas comunidades mais ou menos inconfessáveis”, como sugere Daniel Link. Para quem se vê diante dessa cena — seja o leitor do livro, seja o diretor que deseja transformar a trama em filme —, as questões decisivas serão como se situar diante das perspectivas indeterminadas dos dois prisioneiros, como ler sua multiplicidade polimorfa e como entender a relação entre intimidade e utopia política no espaço de clausura.

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Biografia do Autor

Marcos Natali, Universidade de São Paulo

Possui Doutorado em Literatura Comparada pela Universidade de Chicago e é professor titular de Teoria Literária e Literatura Comparada na Universidade de São Paulo. Publicou os livros A literatura em questão: Sobre a responsabilidade da instituição literária e A política da nostalgia: Um estudo das formas do passado e organizou, com Marcos Siscar, o volume Margens da democracia: a literatura e a questão da diferença.

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Publicado

2025-12-01