NIETZSCHE, SÓCRATES E A NOÇÃO DE "VONTADE" EM O NASCIMENTO DA TRAGÉDIA

Autores

  • Wander Andrade de Paula UNICAMP

DOI:

https://doi.org/10.59488/tragica.v2i1.24018

Palavras-chave:

Nietzsche, Sócrates, Socratismo

Resumo

A figura de Sócrates é, como se sabe, alvo constante das reflexões de Nietzsche, em todos os convencionados períodos de sua produção. O filósofo grego é o protagonista da primeira publicação do autor, O nascimento da tragédia. Nesta Sócrates é descrito como aquele que, em ação combinada com Eurípides, subestima o valor da música grega antiga, substrato da tragédia, levando esta ao seu declínio. A junção entre as duas pulsões artísticas da natureza, o apolíneo e o dionisíaco, se vê dissolvida diante da aliança entre Eurípides e Sócrates. Esse fenômeno ocorre, segundo a visão nietzschiana, devido ao fato de que Sócrates desejava “corrigir a existência” por meio de uma divindade distinta daquelas formadoras da tragédia grega antiga, a saber, a razão. Essa visão acerca de Sócrates e de Eurípides, bastante difundida na literatura secundária sobre Nietzsche, parece ser a única que o autor mantém ao longo de sua produção e, particularmente, na obra inaugural de seu pensamento. Trata-se de um equívoco, no nosso ponto de vista, defender que Nietzsche mantenha apenas essa visão negativa acerca da figura de Sócrates, como aquela figura degenerativa da tragédia. Não acreditamos que ela seja incorreta, mas parcial, incompleta.

Biografia do Autor

Wander Andrade de Paula, UNICAMP

Doutorando em Filosofia pelo programa de Pós-graduação em Filosofia da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), sob orientação do professor Dr. Oswaldo Giacóia Júnior. Mestre também pela UNICAMP, com a dissertação “O(s) Sócrates de Nietzsche: uma leitura d’O nascimento da tragédia”,

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Publicado

2019-03-23