NIETZSCHE E A FISIOLOGIA COMO MÉTODO DE INTERPRETAÇÃO DE MUNDO

Autores

  • Renato Nunes Bittencurt UFRJ

DOI:

https://doi.org/10.59488/tragica.v4i1.24622

Palavras-chave:

Fisiologia, Corpo, Organismo, Saúde, Criatividade

Resumo

Apresentamos a reflexão nietzschiana sobre a indissociabilidade entre filosofia e fisiologia, relação descartada pela tradição metafísica do pensamento ocidental, que pouca importância concedeu ao corpo e aos seus elementos intrínsecos, assim como aos seus processos orgânicos. Uma vez que a base axiológica da filosofia de Nietzsche se sustenta por uma compreensão imanente da existência, o corpo adquire o estatuto de eixo diretriz das valorações e a fisiologia se torna a “ciência” da vida, sustentada por uma interpretação existencial singular e perspectivística dos processos orgânicos. Tal circunstância retira qualquer conotação normativa e universalista, emancipando-se ainda de qualquer traço positivista, pois a compreensão fisiológica da existência, em Nietzsche, exige a afirmação da singularidade de cada organismo, uma vez que cada corpo reage aos estímulos externos e aos elementos assimilados cotidianamente de maneira distinta dos demais, impedindo assim a formulação de um princípio absoluto de valores, tal como a metafísica pretendeu estabelecer.

Biografia do Autor

Renato Nunes Bittencurt, UFRJ

Doutor em Filosofia do PPGF-UFRJ. Professor do Curso de Comunicação Social da Faculdade CCAA, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Membro do Grupo de Pesquisa Spinoza & Nietzsche.

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Publicado

2019-07-16