Entre o processo da produção desejante e o risco do colapso: a ética de "O anti-Édipo"
DOI:
https://doi.org/10.59488/tragica.v14i1.36605Palavras-chave:
Máquinas desejantes, Corpo sem órgãos, Sujeito residual, Esquizofrenizar a morte, ÉticaResumo
Resumo: O anti-Édipo foi recebido, em 1972, em meio a contrassensos, polêmicas e acusações a respeito de suas supostas consequências práticas. Neste artigo, analisamos a relação entre o corpo sem órgãos, as máquinas desejantes e o sujeito residual tal como formulada por Deleuze e Guattari em O anti-Édipo, articulando o dinamismo produtivo do desejo com o desafio prático da esquizoanálise, que resumimos, grosso modo, desta forma: como evitar que a experimentação desejante, que se desenrola entre seus impulsos processuais produtivos e suas estases de antiprodução, incorra em colapso ou catástrofe? Para tanto, situamos, primeiramente, a abordagem deleuzo-guattariana da esquizofrenia como processo de produção, apresentando suas teses principais. Em seguida, desenvolvemos a hipótese de que a noção de “esquizofrenizar a morte”, que aparece no quarto capítulo de O anti-Édipo, explicita a indissociabilidade entre dois registros que se cruzam ao longo de todo o livro: o de um diagnóstico ontológico da produtividade real do desejo inconsciente e o de uma aposta ético-política na “grande prudência” que é indispensável tanto para a montagem quanto para a desmontagem de circuitos desejantes.
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