Protagonismo negro e psicologia para a pessoa enterreirada
DOI:
https://doi.org/10.59488/tragica.v16i2.56797Palavras-chave:
Pessoa enterreirada, psicologia aterrada, Espinoza, antirracismo, foraclusãoResumo
Na bifurcação o guerreiro seguiu para o caminho da esquerda que o levava na mata ao quilombo e a zona de liberdade. A luta negra segue assim o caminho da ancestralidade. A psicologia que ainda hoje participa das estratégias de sujeição dos povos pretos precisa conectar-se com a terra, com as gentes negras e assim realizar o desbloqueio cognitivo e semiótico ao qual estamos submetidos. Precisamos de uma psicologia que reconheça a existência, o protagonismo histórico coletivo dessas pessoas e seus estilos de vida enterreirados, uma psicologia capaz de cuidar das crianças e jovens nas escolas, das pessoas na saúde coletiva e que têm no SUS o seu plano de saúde. Cuidar no sentido não apenas de tratar os sintomas das enfermidades, senão, mais importante que tudo, o de aumentar sua potência, como parece dizer Espinosa, e aumentar a força de vida, conforme a "Arkhé negra". Nesse momento da academia, uma psicologia feita com as lutas dos descendentes da África e dos povos indígenas, uma psicologia aterrada está se fazendo.
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