Afetologia: para uma psicopatologia spinozista

Autores

  • Paulo de Tarso Peixoto Universidade Livre

DOI:

https://doi.org/10.59488/tragica.v16i1.58435

Resumo

Apresenta-se a perspectiva de uma microfísica composicional afetiva intercorpos para se pensar os processos de intersubjetividade e de produção de sentidos. O processo de conhecimento das potências do corpo em campos de experiências inéditos é intitulado de “Afetologia”: uma ciência dos campos de afetações que expressam como cada corpo-subjetividade sofre a força dos encontros com outros corpos-subjetividades. A Afetopatologia é o conceito decorrente desse processo de conhecimento sobre as potências de sofrimento intercorpos. O percurso do artigo chega à questão da clínica e suas relações com a “Semiologia Afetiva”: dos signos e das afecções. São apresentadas vinhetas clínicas que visibilizam o caminho de produção de sentidos e de conhecimentos sobre as paixões e suas relações com os gêneros de conhecimento propostos por Spinoza. Desenvolve-se a epistemologia composicional das paixões como caminho de produção de sentidos. A epistemologia musical apoia todo o percurso do artigo, compreendendo-se que cada paixão, emoção, afeto, enquanto ideias expressas no corpo, são signos melódicos e expressivos dos processos de intercorporeidade e intersubjetividade.

Biografia do Autor

Paulo de Tarso Peixoto, Universidade Livre

Coordenador da Universidade Livre e do Laboratório de Emoções, Afetos, Sociedade & Subjetividades (LEMASS) da Secretaria Adjunta de Ensino Superior da Prefeitura de Macaé (RJ). Doutorado em Psicologia na Universidade Federal Fluminense.

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Publicado

2023-05-24