A carne da linguagem e a palavra em desobra
O désouvrement da linguagem na literatura de Antonin Artaud
DOI:
https://doi.org/10.59488/tragica.v18i1.64108Resumo
Pensar a palavra em Artaud é pensar essa morte de um corpo que se liberta à potência do infinito e da (im)possibilidade, que abraça o fora e, ao invés de fugir do precipício, se atira nele. Neste contexto, segundo Blanchot, a escrita artaudiana se dá enquanto uma escrita fragmentária, um desobramento da palavra (désoeuvrement). Este artigo pensa essa estrutura de escrita a partir da formulação do agenciamento Blanchot-Artaud no que diz respeito ao désoeuvrement. Para tanto, a metodologia parte da análise de uma revisão bibliográfica, que examinará as obras de Artaud, em especial, seus poemas e cartas, mantendo um diálogo com Blanchot e a filosofia de Deleuze e Guattari no que diz respeito às intersecções de domínios do pensamento e do corpo que fazem, e que de algum modo traçam uma linha, uma espécie de fio condutor que norteia, liga e serve de horizonte a nossa pesquisa. Desse modo, observa-se que a escrita fragmentária de Artaud desafia as estruturas convencionais da linguagem e da representação, criando um espaço para a expressão do inexprimível, do inconsciente, do incomunicável. O que permite concluir que a escrita artaudiana representa uma forma de resistência e perversão da linguagem normativa, da representação, e suas limitações.
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