Heráclito, no fragmento DK 119 - Éthos anthrópou dáimon -- pensa o éthos como a morada originária do homem, o lugar onde a divindade se faz presente. Carneiro Leão traduz o fragmento como: ‘A morada do homem, o extraordinário', a partir de Heidegger, que ao pensar a existência humana desde o habitar, explicita a escuta do extraordinário com versos de H¶lderlin. E Marcos Sinésio, o que diz ao falar do caráter como a morada mais íntima do ser? Como pensar o caráter no horizonte do habitar? Este artigo é inspirado nas suas palavras: ‘É necessário leveza para saltar e dançar com o pensamento', a propósito da sua lição sobre o ethos como caráter -- a morada mais íntima do ser. Juntamos a dança e o habitar fazendo uma analogia com o habitar e o poético trabalhado por Heidegger, em sua conferência proferida sob o título de “...poeticamente o homem habita...”. Nessa analogia, a dança é a atividade poética humana exemplar, fortemente ancorada num arcabouço existencial.
Biografia do Autor
Eraci Gonçalves de Oliveira, UFRJ
possui graduação em Licenciatura Plena em Dança pela Faculdade Angel Vianna (2004) , graduação em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2012) e graduação em Licenciatura Plena em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2012) . Atualmente é Professora da Escola Angel Vianna. Tem experiência na área de Artes , com ênfase em Educação Artística. 17/06/12