Sobre o princípio de não-contradição: entre Parmênides e Aristóteles

Autores

  • Rafael Mello Barbosa CEFET/RJ

DOI:

https://doi.org/10.47661/afcl.v9i17.2904

Palavras-chave:

Parmenides, Aristoteles

Resumo

O artigo procura mostrar que Parmênides não deve ser considerado percursor do princípio de não contradição. Não são poucos aqueles que compreendem os versos B2 do poema de Parmênides como o princípio de não contradição avant la lettre. Contudo, quando se realiza tal aproximação, perdemos de vista aquilo que parece ser próprio de cada autor. Por um lado, Parmênides defende o Monon On, o Ser Único, como testemunham Platão, Zenão e Melisso. Por outro lado, é preciso não assumir uma parte mais fundamental da formulação do princípio de não contradição, do contrário teríamos que sustentar um princípio do princípio mais fundamental, o que implica ter que manter o movimento e a pluralidade como itens essenciais da formulação do primeiro princípio.

Biografia do Autor

Rafael Mello Barbosa, CEFET/RJ

Possui graduação em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2002), mestrado (2005) e doutorado em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2012). Atualmente é professor do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca e Coordenador do Curso de Pós-Graduação lato senso em Ensino de Filosofia com Ênfase na Prática Docente. Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em Filosofia, atuando principalmente nos seguintes temas: filosofia antiga, Aristóteles, filosofia da natureza, ontologia, metafísica e ética.

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Publicado

2016-08-03