O vinho trágico e secreto dos curetas
DOI:
https://doi.org/10.47661/afcl.v13i26.35594Palavras-chave:
Vinho, Dioniso, esquartejamento, mito, rito, iniciação.Resumo
Nas antigas narrativas cosmogónicas, um momento importante é o que trata do aparecimento da raça humana. Se considerarmos que as cosmogonias podem ser lidas como formas arquetípicas de cosmologias, então, conclui-se que as antropogonias, dentro das cosmogonias, constituem momentos verdadeiramente ricos para entender o sentido que uma cultura dá ao ser humano dentro da ordem do cosmos. Quero aqui recordar uma tradição, menos conhecida, de contar o surgimento da raça humana, a dos cultos órfico-dionisíacos, com o seu contributo de sabedoria pela sua produção mítica, e com a sua forma peculiar de transmitir o conhecimento de uma forma figurativa e enigmática. O mito antropogónico órfico por excelência é o do Esquartejamento de Dioniso quando criança, perpetrado pelos Titãs. Se pretende assinalar a hipótese de um enigma e de sua decifração iniciática.Referências
Athanassakis, A. N. (1977) , The orphic hymns. Missoula (Mont.), Scholars press.
Bollack, J. (1997) La Grèce de personne, Paris, Seuil. [ La Grecia di nessuno, a c. di R. Saetta-Cottone, tr. it., Palermo 2007]
Burnet, J. (1900) Platonis Opera, Oxford.
Burkert, W. (1983) Homo Necans: The antropology of Ancient Greek Sacrificial Ritual and Mith. Trad. P. Bing, Berkeley, U. of California Press [trad. de (1972) Homo Necans, Berlim, W. De Gruyter].
Bussemaker, U. C. (1878) Problemata Inedita in: Aristotelis opera omnia: graece et latine cum indice nominum et rerum. t. IV, Paris, Ed. Ambrosio, Firmin-Didot.
Colli, G. (1990) La sapienza greca, vol. I, Milano, Adelphi.
Detienne, M. (1977) Dionysos mis à mort, Paris, Gallimard.
Diodore de Sicile (2002) Bibliothèque Historique, Liv. III, ed. B. Bommelaer, Paris, Belles Lettres.
Ellinger, P. (1993) La Légende nationale phocidienne (BCH supp. 27, Paris) “La suie de la fumée des Titans”, p. 147-163.
Guthrie W. K. C. (1952) Orpheus and Greek religion, Methuen & Co., Londres, [1935] 19522.
Hall, F.W. and Geldart, W.M., ed. (1906) Aristophanis Comoediae, Oxford University Press.
Jeanmaire, H. (1951) Dionysos: histoire du culte de Bacchus, Paris, Payot.
Jourdan, F. (2006) « Dionysos dans le Protreptique de Clément d’Alexandrie », Revue de l’histoire des religions [En ligne], 3 | 2006, mis en ligne le 25 janvier 2010, consulté le 06 août 2012. URL : http://rhr.revues.org/5180
Kerényi, Carl (2002) Dioniso, trad. port. O Serra, São Paulo, Odysseus.
Kern, O. (1922) Orphicorum Fragmenta, Berlin, Weidmann.
Keydell, R. (1959) Nonni Panopolitani Dionysiaca, 2 vols., Berlin, Weidmann.
Mondésert, C. (19492) Clément d'Alexandrie. Le protreptique, Paris, Cerf, Sources chrétiennes.
Nietzsche, F. ([1888]19882) Götzen-Dämmerung, Berlin, Ed. Colli Mortinari,.
Seaford, R. (2006) Dionysos, London, Routledge.
Westerink, L. G. (1976) The Greek commentaries on Plato's Phaedo, vol. 1 [Olympiodorus], Amsterdam, North–Holland.