Samian Meontology. On Melissus, Non-Being, and Self-Refutation

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47661/afcl.v14i28.38769

Palavras-chave:

Melissus, Parmenide, Non-Being, Meontology

Resumo

Tradicionalmente, e com razão, se atribui a Melisso um tipo de monismo absoluto que não reconhecemos naquele que se supõe ser seu mestre, Parmênides. Para Melisso há um ente, único, infinito, eterno, homogêneo e imutável. Sobre esse ponto o consenso entre os estudiosos é quase unânime. Isso implica que, exceto esse ente único, nada mais existe e, portanto, que nosso mundo físico e os objetos de nossa experiência, não existem. Tudo que conhecemos e do qual falamos não é real., como é possível ver em algumas passagens nos fragmentos de Melisso que explicitam essa consequência anti-parmenidiana.

Isso significa que a ontologia monística dá origem, como uma sombra, a uma vasta ‘meontologia’ que envolve todo discurso naturalista humano, toda teoria sobre o mundo e, portanto, todo objeto de conhecimento possível (exceto um). Contudo, isso esconde um problema de importância não pequena: entre as coisas não existentes pressupostas por essa doutrina há, com efeito, também os seres humanos e, portanto, o próprio filósofo Melisso, seu livro e todo pensamento e fala humanos. Isso parece tornar a doutrina de Melisso auto refutativa, negada pela existência da própria doutrina e daquele que a propõe, assim como da experiência daqueles que a aprendem. As dificuldades inerentes ao monismo estrito parecem ter levado não somente a uma volta aos juízos críticos tradicionais a respeito da filosofia de Melisso (ao menos desde Aristóteles), mas também mais recentemente a acreditar que ele seja não um filósofo sério, mas um pensador erístico.

Referências

Barnes, J. (1979), Parmenides and the Eleatic One, Archiv für Geschichte der Philosophie, 61, 1-21.

Barnes, J. (1982), The Presocratic Philosophers, London (1st ed. 1979).

Bergk, T. (1843), Commentatio de Aristotelis libello de Xenophane, Zenone et Gorgia, Marburg (then in Kleine philologische Schriften, II. Band, hrsg. von R. Peppmüller, Halle 1886, 91-111).

Bredlow, L.A. (2018), Parménides, edición crítica, versión rítmica y paráfrasis de los fragmentos del poema por A. García Calvo, editadas con prolegómenos, comentario y texto de las fuentes y los testimonios indirectos por L.A. Bredlow, Zamora.

Brémond, M. (2017), Lectures de Mélissos, édition, traduction et interprétation des témoignages sur Mélissos de Samos, Berlin-Boston.

Burnet, J. (1892), Early Greek Philosophy, London-Edinburgh.

Calogero, G. (1977), Studi sull’eleatismo, Firenze (1st ed. Roma 1932).

Cordero, N.-L. (1999), Una tragedia filosófica: del ‘se es’ de Parménides al Ser-Uno de Meliso, Revista Latinoamericana de Filosofía, 25, 283-293.

Curd, P. (1993), Eleatic Monism in Zeno and Melissus, Ancient Philosophy, 13, 1-22.

Galgano, N. (2009), A transgressão de Melisso: o tema do não-ser no eleatismo, Dissertação de mestrado, Universidade de São Paulo.

Galgano, N. (2019), From Parmenides’ to mē eon to Melissus’ to mēden, Organon, 51, 5-22.

Gallop, D.A. (1984), Parmenides of Elea. Fragments. A Text and Translation with an Introduction, Toronto.

Harriman, B. (2019), Melissus and Eleatic Monism, Cambridge.

Laks, A. – Most, G.W. (2016), Early Greek Philosophy, vol. V, Cambridge MA–London.

Loenen, J.H.M.M. (1959), Parmenides, Melissus, Gorgias. A Reinterpretation of Eleatic Philosophy, Assen.

Mackenzie, M.M. (1982), Parmenides’ Dilemma, Phronesis, 27, 1-12.

Mansfeld, J. et al. (2016), Melissus between Miletus and Elea, Eleatica 5, a cura di M. Pulpito, Sankt Augustin.

Matson, W.I. (1980), Parmenides Unbound, Philosophical Inquiry, 2, 345-360.

Matson, W.I. (1988), The Zeno of Plato and Tannery Vindicated, La Parola del Passato, 43, 312-336.

Mourelatos, A.P.D. (1965), The Real, Appearances and Human Error in Early Greek Philosophy, The Review of Metaphysics, 19, 346-365.

Obertello, L. (1984), Melissus of Samos and Plato on the Generation of the World, Dionysius 8, 3-18.

Pabst, A. (1889), De Melissi Samii Fragmentis, Bonn.

Palmer, J. (2004), Melissus and Parmenides, Oxford Studies in Ancient Philosophy, 26, 19-54.

Palmer, J. (2009), Parmenides and Presocratic Philosophy, Oxford.

Piergiacomi, E. (2020), Non di sola ontologia. Melisso e la logica delle apparenze?, in L. Rossetti et al., La filosofia virtuale degli Eleati, Eleatica 8, a cura di N. Galgano, S. Giombini, F. Marcacci, Baden-Baden.

Pulpito, M. (2011), Parmenides and the Forms, in N.-L. Cordero (ed.), Proceedings of the Inter-national Symposium: ‘Parmenides, Venerable and Awesome’ (Plato, Theaetetus 183e), Las Vegas, 191-212.

Pulpito, M. (2016a), Lo Straniero di Samo, in Mansfeld (2016), 9-67.

Pulpito, M. (2016b), Udire suoni o ascoltare parole? Un commento a Mansfeld su DK 30 B8, in Mansfeld (2016), 157-164.

Pulpito, M. (2017), On the Incipit of Melissus’ Treatise, in C. Vassallo (ed.), Physiologia. Topics in Presocratic Philosophy and its Reception in Antiquity, Trier, 77-103.

Pulpito, M. (2018), Melisso critico di Parmenide: una rivalità mimetica, Archai, 22, 17-40.

Rapp, C. (2013), Melissos von Samos, in D. Bremer, H. Flashar, G. Rechenauer (eds.), Ueberweg - Grundriss der Geschichte der Philosophie, Philosophie der Antike, vol. 1: Frühgriechische Philosophie, Basel, 573-598.

Reale, G. (1970), Melisso. Testimonianze e frammenti, Firenze.

Sedley, D. (1982), Two Conceptions of Vacuum, Phronesis, 27, 175-193.

Sedley, D. (1999), Parmenides and Melissus, in A.A. Long (ed.), The Cambridge Companion to Early Greek Philosophy, Cambridge, 113-133.

Solmsen, F. (1969), The ‘Eleatic One’ in Melissus, Mededelingen der Koninklijke Nederlandse Akademie van Wetenschappen, Afd. Letterkunde, 32, 221-233.

Taylor, C.C.W. (1999), The Atomists, Leucippus and Democritus: Fragments. With translation and commentary, Toronto.

Vitali, R. (1973), Melisso di Samo: sul mondo o sull’essere. Una interpretazione dell’eleatismo, Urbino.

Downloads

Publicado

2020-12-16