Urro feminino: o papel da mulher nas parousías dionisíacas.

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47661/afcl.v16i31.45495

Palavras-chave:

Dioniso, dionisíaco, feminino, mulher, Nietzsche

Resumo

Neste trabalho pretendo trazer algumas reflexões sobre o papel das mulheres e a visão do feminino no mundo grego antigo, mais especificamente da imagem feminil difundida nos mitos, cultos e ritos dionisíacos. Assumo, portanto, o iminente risco de um duplo erro, pois tomo como lugar de discurso dois universos semânticos a que não pertenço, a saber, falar do feminino sendo homem e falar de uma cultura tão antiga, a qual se mostra para nós como sonho, nostalgia e mistério, dos quais só podemos conjecturar. Entretanto, mesmo assumindo o risco do erro, acredito que tais reflexões tendem a contribuir com o atual e importante debate sobre alteridade e gênero. Dito isto, esclareço que o presente trabalho está dividido em três partes: a primeira explora as diferentes efígies das mulheres do séquito dionisíaco: Mênades, possuídas, amantes, mães. A segunda discorre sobre a tríade Verdade-mulher-mistério no pensamento do filósofo Nietzsche, quem evoca o nome da divindade Βαυβώ como “nome de mulher para Verdade”. Por fim, a terceira parte faz considerações sobre a simbologia de Ariadne, a eterna amante de Dioniso.

Biografia do Autor

Micael Rosa Silva, Proressor Adjunto de Filosofia da Educação na Universidade Estadual de Londrina (UEL)

Graduado em FILOSOFIA pela UEL. Mestre pela UERJ e Doutor pela PUC-Rio. Atualmente é Professor Adjunto de Filosofia da Educação na Universidade Estadual de Londrina (UEL).

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Publicado

2023-06-11