Filosofia Prática entre Platão e Aristóteles

Aproximações e distanciamentos sobre o conceito de bem

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47661/afcl.v18i35.54188

Palavras-chave:

Filosofia Prática, Platão, Aristóteles, Bem, Ética

Resumo

O presente trabalho visa expor a argumentação e as principais semelhanças e diferenças entre dois filósofos clássicos, a saber, Platão e Aristóteles, sobre o conceito de bem. Gadamer declara que Aristóteles inaugura a filosofia prática quando realiza a crítica à ideia de “bem” de Platão. Mas o que isso significa? Por que o que chamamos de “filosofia prática” não parece estar presente no pensamento platônico? Aristóteles, de fato, outorga para si a fundação de uma filosofia intrinsecamente prática em sua crítica à teoria das Ideias de Platão, sob o pressuposto das virtudes guiadas pela phrônesis, em uma ontologia da contingência. No entanto, parece haver indícios de uma reformulação ontológica por Platão no diálogo Filebo, que nos leva a compreender uma nova proposta de concepção do bem também a partir da contingencialidade, e não mais de um ideal universal objetivo, como visto na República. Por fim, pretende-se mostrar aqui como ambos os filósofos, mesmo com claras divergências, podem convergir e contribuir para uma proposta sintética do bem e da vida eudaimonística.

 

Palavras-chave: Filosofia Prática; Platão; Aristóteles; Bem.

Biografia do Autor

Gian Mafalda de Carvalho, Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Unisinos

Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em História da Filosofia, Filosofia Antiga, Ética e Linguagem. Graduado em Filosofia pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS, com a monografia intitulada "Phrônesis e Hermenêutica Filosófica: Caminhos para uma prática Hermenêutica". Mestrando em Filosofia (PROSUC / CAPES) pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS, desenvolvendo pesquisas no campo da Filosofia e Psicologia Moral, sob o escopo da ética das virtudes. Tópicos de pesquisa: 1) ética das virtudes; 2) filosofia das emoções; 3) motivação moral.

Referências

ANGIONI, Lucas. Phronesis e virtude do caráter em Aristóteles: comentários a Ética a Nicômaco VI. In Dissertatio revista de filosofia [34] p. 303-345, 2011.

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo, Ed. Nova Cultural: Coleção Pensadores, 1996.

ARISTÓTELES. Metafísica. São Paulo, Edições Loyola, 2002. V. II

ARISTÓTELES. Tópicos. In Organon. Tradução de Pinharanda Gomes. Lisboa: Guimarães Editores, 1985.

AUBENQUE, Pierre. A Prudência em Aristóteles. São Paulo, Discurso Editorial, 2003.

BRAVO, Francisco. Ontología y Ética en el Filebo de Platón. In PERINE, Marcelo (Org.). Estudos Platônicos: Sobre o ser e o aparecer, o belo e o bem. São Paulo, Edições Loyola, 2009. p. 167-192.

FREDE, Dorothea. Aristotle’s Virtue Ethics. In Lorraine Besser-Jones and Michael Slote (Org.). The Routledge Companion to Virtue Ethics. New York, Taylor & Francis Group, 2015. p. 17-29.

FREDE, Dorothea. Disintegration and restoration: Pleasure and pain in Plato's Philebus. In KRAUT, Richard (Org.). The Cambridge Companion to Plato, Cambridge Companions Online, Cambridge University Press, 2006.

GADAMER, Hans-Georg. A Ideia do Bem entre Platão e Aristóteles. São Paulo, Ed WMF Martins Fontes, 2009.

GADAMER, Hans-Georg. Verdade e Método II: Complementos e índice. Petrópolis - Rio de Janeiro, Ed. Vozes, 2002.

GADAMER, Hans-Georg. Plato's Dialectical Ethics: Phenomenological Interpretations Relating to the Philebus. New Haven - USA, Yale University Press, 1991.

IGLÉSIAS, Maura. Ontologia e metrética dos prazeres. In BENOIT, Hector (Org.). Estudos sobre o diálogo Filebo de Platão: a procura da Eudaimonia. Ijuí, Ed. Unijuí, 2007. p. 89-112.

PLATÃO. Filebo. Edição bilíngue. São Paulo & Rio de Janeiro; Edições Loyola & Ed. PUC Rio. 2012.

PLATÃO. A República. Trad. de Maria Helena da Rocha Pereira. 7 ed. Lisboa: Calouste-Gulbenkian, 2001.

ROSS, David. Aristóteles. Lisboa - Portugal, Publicações Dom Quixote, 1987.

Downloads

Publicado

2025-01-21