Trans-anarquismo

corporeidade transgênera e desestabilização do estado

Autores

  • Elis L. Herman Salem College, Winston-Salem, NC, USA
  • [Trad. Bruno Latini Pfeil; Cello Latini Pfeil] Universidade Federal do Rio da Janeiro

Resumo

Transgênero, no sentido mais simplista, é um termo guarda-chuva para indivíduos cujas identidades de gênero e/ou expressões de gênero não se enquadram nas normas binárias de identificação de sexo/gênero. Embora alguns anarquistas vivam vidas gênero-transgressoras, e algumas pessoas transgêneras se nomeiem anarquistas, a literatura que relaciona formalmente ambos os modos de ser é escassa. Muito da literatura anarquista existente que discute questões transgêneras tenta determinar se a não-conformidade de gênero, em si, é inerentemente anárquica. O estado dita que o gênero é um meio necessário de categorização para classificar e gerir as pessoas. Os transgressores de gênero, ao minarem uma ferramenta fundamental do estado, devem estar, então, agindo anarquicamente. Defendo, no entanto, que imbuir a identificação trans a significados anárquicos inatos é problemático. Como o próprio anarquismo pode ser manifesto e vivido em uma miríade de formas altamente variantes, ou até mesmo contraditórias, a subversão de gênero atua como uma ferramenta, e não como uma encarnação, da anarquia. Este estudo utiliza enquadramentos queer, anarco-feministas e pós-estruturalistas para examinar a transgressão de gênero como um meio de desestabilizar o estado, desafiando a sua dependência de classificações binárias de gênero. Ao compreender como pessoas trans, que frequentemente dialogam com a autoridade do estado como estratégia de sobrevivência e legitimação, possuem o poder de miná-la, o anarquismo pode empoderar e se empoderar pelo movimento de justiça de gênero.

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Publicado

2024-05-28

Edição

Seção

Traduções