Os Usos Políticos da Dúvida

O ceticismo entre a prudência conservadora e a contestação agonística

Autores

Resumo

Este ensaio analisa o ceticismo na teoria política como uma disposição afetiva, intelectual e normativa. Contrasta a tradição conservadora, de Burke a Oakeshott — onde a dúvida funciona como prudência e contenção —, com a abordagem agonística de Judith Shklar, na qual a dúvida serve à crítica e à desestabilização de ordens naturalizadas. Argumenta-se que o ceticismo não possui conteúdo político intrínseco, assumindo funções prudenciais, críticas ou antipolíticas conforme seus contextos e motivações. Tomando emprestada a noção de ceticismo motivado, propõe-se compreender a dúvida como prática situada de gestão da incerteza, com efeitos políticos relevantes.

Palavras-chave: Ceticismo político; Conservadorismo; Agonismo; Judith Shklar; Motivação política

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Biografia do Autor

João Manoel Bentes Nonato da Silva, PUC-SP

Mestre em Filosofia pela PUC-SP. Membro do Centro de Estudos Rousseau do Brasil (CER). Bacharel em Ciências Sociais pela PUC-Rio. Interesses de pesquisa incluem ética e filosofia política contemporânea, sobretudo os seguintes tópicos: ceticismo político, teoria da justiça, liberalismo político e psicologia moral.

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Publicado

2025-11-16

Edição

Seção

Ensaios