RELAÇÕES DE TRABALHO, CORONELISMO, PATRIARCALISMO E PATERNALISMO NAS FÁBRICAS TÊXTEIS PERNAMBUCANAS (1920-1930)

Autores

  • Juçara da Silva Barbosa de Mello Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

Resumo

Na conjuntura de forte concorrência e escassez de mão de obra - experimentada pela indústria têxtil pernambucana nas décadas de 1920-30 - o oferecimento de “vantagens” ao trabalhador significava, antes, uma estratégia de atração e manutenção da força de trabalho oriunda do sertão, do que propriamente um consciente projeto modernizador e civilizatório, conforme proclamado por industriais como os Lundgreen e Bezerra de Mello. A disponibilidade de uma mão de obra barata e eficiente era exigência fundamental para a ocupação de um bom lugar no mercado, o que justifica, com a sua ausência, a feroz disputa travada, tanto a nível nacional quanto local, como revela o conflito travado entre esses dois coronéis da indústria pernambucana. O poder e a autoridade, de que se valiam esses coronéis, compunham um repertório de elementos que, no processo histórico, foram material e culturalmente sedimentados.

Biografia do Autor

Juçara da Silva Barbosa de Mello, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

Mestre em História Social pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Doutora em História Social da Cultura pela PUC-Rio. Atualmente professora do Departamento de História da PUC-Rio. Tenho interesse em pesquisas nas áreas de Ensino de História, Patrimônio Cultural, História Social do Trabalho.

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Publicado

2018-07-15

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Artigos