RELAÇÕES DE TRABALHO, CORONELISMO, PATRIARCALISMO E PATERNALISMO NAS FÁBRICAS TÊXTEIS PERNAMBUCANAS (1920-1930)
Resumo
Na conjuntura de forte concorrência e escassez de mão de obra - experimentada pela indústria têxtil pernambucana nas décadas de 1920-30 - o oferecimento de “vantagens” ao trabalhador significava, antes, uma estratégia de atração e manutenção da força de trabalho oriunda do sertão, do que propriamente um consciente projeto modernizador e civilizatório, conforme proclamado por industriais como os Lundgreen e Bezerra de Mello. A disponibilidade de uma mão de obra barata e eficiente era exigência fundamental para a ocupação de um bom lugar no mercado, o que justifica, com a sua ausência, a feroz disputa travada, tanto a nível nacional quanto local, como revela o conflito travado entre esses dois coronéis da indústria pernambucana. O poder e a autoridade, de que se valiam esses coronéis, compunham um repertório de elementos que, no processo histórico, foram material e culturalmente sedimentados.Referências
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