WHIGS E TORIES E O DEBATE BRITÂNICO PARA SUPRESSÃO DO TRÁFICO ATLÂNTICO DE ESCRAVOS 1839-1845.

Autores

  • Gustavo Pinto de Sousa Instituto Nacional de Educação de Surdos ProfHistória/UFRJ

Resumo

O presente artigo discutirá a apresentação da discussão política no Parlamento Britânico a respeito da aprovação dos bills Palmerston (whig) e Aberdeen (tory). Nesse sentido, os projetos de leis são compreendidos a partir da noção de governamentalidade de Foucault. Nesse sentido, os bills – Palmerston e Aberdeen – são práticas de governamentalidade, pois operaram como racionalidades políticas que visavam à soberania das nações (o uso do direito das gentes), a disciplinarização do espaço atlântico e a gestão administrativa dos governos como forma de lidar com a nova realidade proposta: um Atlântico sem tumbeiros. Em termos metodológicos, o artigo parte das contribuições da História Cruzada sob orientação de Werner e Zimmermann. Por fim, a noção de interseção/entrecruzamento contribui para tornar comparáveis os produtos de uma empiria e reflexividade, em que se entrecruzam a materialidade dos corpus documentais e as possibilidades/os problemas que emergem a partir da documentação.

Biografia do Autor

Gustavo Pinto de Sousa, Instituto Nacional de Educação de Surdos ProfHistória/UFRJ

Professor Adjunto do Departamento de Ensino Superior (DESU/INES)

Referências

Documentação

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Publicado

2020-07-29

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Artigos