WHIGS E TORIES E O DEBATE BRITÂNICO PARA SUPRESSÃO DO TRÁFICO ATLÂNTICO DE ESCRAVOS 1839-1845.
Abstract
O presente artigo discutirá a apresentação da discussão política no Parlamento Britânico a respeito da aprovação dos bills Palmerston (whig) e Aberdeen (tory). Nesse sentido, os projetos de leis são compreendidos a partir da noção de governamentalidade de Foucault. Nesse sentido, os bills – Palmerston e Aberdeen – são práticas de governamentalidade, pois operaram como racionalidades políticas que visavam à soberania das nações (o uso do direito das gentes), a disciplinarização do espaço atlântico e a gestão administrativa dos governos como forma de lidar com a nova realidade proposta: um Atlântico sem tumbeiros. Em termos metodológicos, o artigo parte das contribuições da História Cruzada sob orientação de Werner e Zimmermann. Por fim, a noção de interseção/entrecruzamento contribui para tornar comparáveis os produtos de uma empiria e reflexividade, em que se entrecruzam a materialidade dos corpus documentais e as possibilidades/os problemas que emergem a partir da documentação.
Riferimenti bibliografici
Documentação
HANSARD. Documentos do Parlamento Britânico. Disponível em:
https://hansard.parliament.uk/. Acesso em 22/01/2020.
Bibliografia
ALMEIDA, Paulo Roberto de. Formação da Diplomacia Econômica no Brasil: as relações internacionais no império. São Paulo: Editora Senac São Paulo; Brasília: Funag, 2005.
APPIAH, Kwame Anthony. O código de honra: como ocorrem as revoluções morais. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
BETHELL, Leslie. A abolição do tráfico de escravos no Brasil. São Paulo: Edusp, 1976.
BETHELL, Leslie. Britain, Portugal and the suppression of the Brazilian slave trade: the origins of Lord Palmerston’s Act of 1839. English Historical Review, England, v. 80, p. 761-784, 1965.
BETHELL, Leslie; CARVALHO, José Murilo de. Joaquim Nabuco e os abolicionistas britânicos: correspondência, 1880-1905. Estud. Av. [on-line], v. 23, n. 65, p. 207-229, 2009.
CARVALHO, José Murilo. Escravidão e Razão Nacional. In: ___. Pontos e Bordados: escritos de história e política. Belo Horizonte: UFMG, 1998. p. 35-81.
COSTA, Emília Viotti da. Da Monarquia à República. Momentos Decisivos. São Paulo: Brasiliense, 1987.
ELIAS, Norbert. A sociedade de corte. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2001.
ELTIS, David. Economic growth and the ending of the transatlantic Slave
Trade. New York: Oxford, 1987.
FOUCAULT, Michel. A Ordem do Discurso. São Paulo: Loyola, 1998.
FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal, 1979.
GABARITO, Adela. El Congreso de Viena y El “Concierto Europeo”, 1814-1830. In: CARLOS PEREIRA, Juan (coord.). Historia de las relaciones internacionales contemporâneas. Barcelona: Ed. Ariel, 2003.
HOBSBAWM, E. Mundos do trabalho. Novos estudos sobre história operária. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2000.
HUNT, Lynn. A invenção dos direitos humanos: uma história. São Paulo:
Companhia das Letras, 2009.
KALIL, Mariana Alves da Cunha. O moralismo whig, o Poder Negro e o Exército Brasileiro. Boletim Meridiano 47, Brasília/UNB, v. 15 n. 142, 2014.
LISBOA, José da Silva (Visconde de Cairú). Memória da vida pública de Lord Wellington, príncipe de Waterloo. Rio de Janeiro: Imprensa Régia, 1815.
MAMIGONIAN, Beatriz Gallotti. Une modernité imposée et ambigué: la Grande-Bretagne, Le Brésil et le projet d’abolition de la traite 1848-1851. In: REIS, Daniel Aarão; ROLLAND, Denis (coord.). Modernités Nationales, modernités importées. Paris: L’Harmattan, 2012.
MARQUES, João Pedro. Os Sons do Silêncio: o Portugal de oitocentos e a abolição do tráfico de escravos. Lisboa: Instituto de Ciências Sociais, 1999.
MARQUES, João Pedro. Uma revisão crítica das teorias sobre a abolição do tráfico de escravos português. Revista Penélope, Lisboa, n.14, p. 95-118, 1994.
MARQUESE, Rafael de Bivar; PARRON, Tâmis Peixoto. Internacional escravista: a política da segunda escravidão. Revista TOPOI, Rio de Janeiro, v. 1, n. 23, p. 97-117, 2011.
POLANY, Karl. A grande transformação: as origens de nossa época. Rio de
Janeiro: Campus, 2000.
RODRIGUES, Jaime. O fim do tráfico transatlântico de escravos para o Brasil: paradigmas em questão. In: GRINBERG, Keila; SALLES, Ricardo. O Brasil Imperial. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009. V. 2.
SÁ DA BANDEIRA. O Tráfico da escravatura e o Bill de lord Palmerston. Lisboa: Tip José Baptista Morando, 1840.
SOUSA, Gustavo Pinto. Africanos livres. Rio de Janeiro: Multifoco, 2013.
SOUSA, Gustavo Pinto. No tribunal das contendas: uma análise comparativa do Direito das Gentes no Brasil e em Portugal 1839-1850. 2017. 255f. Tese (Doutorado em História Comparada) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2017.
SOUZA, Iara Lis C. Pátria Coroada: O Brasil como corpo político autônomo — 1780-1831. São Paulo: Fundação Editora UNESP, 1999.
THOMPSON, Edward. P. A formação da classe operária inglesa. 4. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002.
WILLIAMS, Eric. Capitalismo e escravidão. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
YOUSSEF, Alain El. Imprensa e Escravidão: política e tráfico negreiro no Império do Brasil (Rio de Janeiro, 1822-1850). 2010. 300f. Dissertação (Mestrado em História Social) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010.
ZIMMERMANN, Benédicte; WERNER, Michael. Pensar a história cruzada: entre empiria e reflexibilidade. Textos de História, Brasília, v. 11, n. 1-2, p. 89-128, 2003.
##submission.downloads##
Pubblicato
Fascicolo
Sezione
Licenza
Proposta de Política para Periódicos de Acesso Livre
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).