HÁ MEDIEVAL AO SUL DO EQUADOR? UMA GRAMÁTICA DO PODER AFRICANO ENTRE O “IMPÉRIO DO MALI” E O GRANDE ZIMBABWE (SÉCULO XIV)

Autores

Resumo

Este artigo tem por objetivo propor as linhas gerais de uma “gramática do poder africano” através da discussão do Império do Mali e do Grande Zimbabwe no século XIV. Amparado pela História Comparada, irei apresentar alguns aspectos da cultura política das sociedades Mandê (Mali) e, através deles, irei propor formas de se entender a cultura política das sociedades Bantu (Grande Zimbabwe), cuja profusão documental é escassa. Através da percepção que Mandês e Bantus compartilham traços ancestrais a partir de um repositório cultural nígero-congolês, proponho que a simbologia religiosa que cerca os governantes do Mali pode ser transposta também para os governantes do Zimbabwe. A partir desta “gramática do poder” Mandê-Bantu, torna-se possível discutir as especificidades (ou mesmo a viabilidade) de uma “Idade Média” ao Sul do Saara.   

Biografia do Autor

Otávio Luiz Vieira Pinto, Universidade Federal do Paraná

            Bacharel e licenciado em História pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), mestre em História pela mesma instituição e doutor em História Medieval pela University of Leeds, Reino Unido. Realizou estágio pós-doutoral na Universidade Federal Fluminense (UFF) e, atualmente, é professor adjunto de História da África na Universidade Federal do Paraná (UFPR). É membro pesquisador do Núcleo de Estudos Mediterrânicos (UFPR), do A Rota da Seda na Antiguidade (UnB) e do LEOM – Laboratório de Estudos de Outros Medievos (UFPE). Possui interesse em História pré-Moderna, mais especificamente nos movimentos culturais, políticos e econômicos do Mundo Índico: neste âmbito, desenvolve o projeto de pesquisa intitulado A Era Suaíli em Contexto Global: Agência Histórica Africana e Contatos entre Oriente Médio e África (Séculos VI / XVI EC).

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Publicado

2021-05-17

Edição

Seção

Dossiê Temático