A Transtemporalidade Alegórica dos Gigantes do Nono Círculo do Inferno de Dante
Résumé
O objetivo central deste artigo é analisar as presenças de passados transtemporais emanadas nas figuras dos gigantes do nono círculo do Inferno de Dante. Para isso, detenho a atenção na Commedia, principalmente ao Canto XXXI do Inferno. Nesse Canto, os gigantes são descritos e apresentados por Dante como grandiosos seres parecidos com torres que se encontram na entrada do nono círculo infernal. Neste artigo, operacionalizo o conceito de revelação figural para compreender esses gigantes como seres híbridos humanoides detentores de entrelaçamentos culturais e temporais que relampejam presenças de passado da mitologia greco-romana e judaico-cristã, funcionando como alegorias construídas por meio das vivências de Dante, como da leitura das obras Farsalias, Eneida, Metamorfoses e Tebaida.
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