Coerência textual na produção de histórias orais e escritas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.36482/1809-5267.ARBP2021v73i2p.6-20

Palavras-chave:

Coerência Textual, Histórias Orais, Histórias Escritas, Crianças

Resumo

O estudo examinou o estabelecimento da coerência na produção de histórias na modalidade oral e escrita, por crianças de classe média, cursando o 2o e 5o anos do ensino fundamental. Os estudantes produziram histórias nas duas modalidades que foram classificadas em categorias hierárquicas  quanto ao nível de coerência que apresentavam. Houve interação entre  escolaridade e modalidade de produção: os textos produzidos pelas crianças do 2º ano apresentavam um mesmo nível de coerência nas duas  modalidades, enquanto os textos das crianças do 5º ano eram mais  coerentes quando produzidos por escrito do que oralmente. A escolaridade  teve efeito positivo tanto na produção oral como escrita. Concluiu-se que a  modalidade de produção influencia apenas os escritores mais proficientes  que consideram o material escrito passível de revisão, enquanto os  escritores iniciantes não percebem esta possibilidade. Implicações  educacionais são discutidas a respeito da aprendizagem da escrita de  textos.

Referências

Ackerman, B. P. (1986). Referential and causal coherence in the story comprehension of children and adults. Journal of Experimental Child Psychology, 41(2), 336-366. https://doi.org/10.1016/0022-0965(86)90044-5

Albuquerque, E. B. C., & Spinillo, A. G. (1997). O conhecimento de crianças sobre diferentes tipos de texto. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 13(3), 329-338.

Allal, L., & Chanquoy, L. (2004). Introduction: Revision revisited. In L. Allal, L. Chanquoy, & P. Largy (Orgs.), Revision: Cognitive and instructional processes (pp. 1-7). Londres: Kluwer.

Beck, I. L., & McKeown, M. G. (1989) Expository text for young readers: The issue of coherence. In L. B. Resnick (Orgs.), Knowing, learning, and instruction: Essays in honor of Robert Glaser (pp. 47-66). Hillsdale: Routledge.

Bennett-Kastor, T. (1983). Noun phrases and coherence in child narratives. Journal of Child Language, 10(1), 135-149. https://doi.org/10.1017/S0305000900005195

Bird, E. K. R., Cleave, P. L., White, D., Pike, H., & Helmkay, A. (2008). Written and oral narratives of children and adolescents with Down syndrome. Journal of Speech, Language, and Hearing Research, 51(2), 436-450. https://doi.org/10.1044/1092-

(2008/032)

Bourdin, B., & Fayol, M. (1992). Is written language production more difficult than oral language production? A working memory approach. International Journal of Psychology, 29(5), 591-620. https://doi.org/10.1080/00207599408248175

Bourdin, B., & Fayol, M. (2002). Even in adults, written production is still more costly than oral production. International Journal of Psychology, 37(4), 219-227. https://doi.org/10.1080/00207590244000070

Fayol, M. (1985). Le récit et sa construction: Um approche de psychologie cognitive. Neuchâtel: Delachaux & Niestlé.

Ferreira, A. L., & Spinillo, A. G. (2003). Desenvolvendo a habilidade de produção de textos em crianças a partir da consciência metatextual. In M. R. Maluf (Org.), Metalinguagem e aquisição da escrita (pp. 119-148). São Paulo: Casa do Psicólogo.

Ferreira, S. P., & Correa, J. (2008). A influência de diferentes contextos de intervenção na escrita de histórias por crianças. Estudos de Psicologia, 25(4), 547-555. https://doi.org/10.1590/S0103-166X2008000400009

Fey, M. E., Catts, H. W., Proctor-Williams, K., Tomblin, J. B., & Zhang, X. (2004). Oral and written story composition skills of children with language impairment. Journal of Speech, Language, and Hearing Research, 47(6), 1301-1318. https://doi.org/10.1044/1092-4388 (2004/098)

Fitzgerald, J. (1987). Research on revision in writing. Review of Educational Research, 57(4), 481-506. https://doi.org/10.3102/00346543057004481

Hidi, S. E., & Hildyard, A. (1983). The comparison of oral and written Productions in two discourse types. Dicourse Processes, 6(2), 91-105. https://doi.org/10.1080/01638538309544557

Kim, Y. S., Al Otaiba, S., & Wanzek, J. (2015). Kindergarten predictors of third grade writing. Learning and Individual Differences, 37, 27-37. https://doi.org/10.1016/j.lindif.2014.11.009

Makinen, L., Loukusa, S., Nieminen, L., Leinonen, E., & Kunnari, S. (2013). The development of narrative productivity, syntatic complexity, referencial cohesion and event contente in four- to eight-year-old finnish children. First Language, 34(1), 24-42. https://doi.org/10.1177/0142723713511000

Marcuschi, L. A., & Dionísio, A. P. (2005). Fala e escrita. Belo Horizonte: Autêntica. Menegassi, R. J. (2001). Da revisão à reescrita: Operações linguísticas sugeridas e atendidas na construção do texto. Mimesis, 22(1), 49-68.

Pellegrini, A. D., Galda, L., & Rubin, D. L. (1984). Context in text: The development of oral and written language in two genres. Child Development, 55(4), 1549-1555. https://doi.org/10.2307/1130025

Pessoa, A. P. P., Correa, J., & Spinillo, A. G. (2010). Contexto de produção e o estabelecimento da coerência na escrita de histórias por crianças. Psicologia: Reflexão e Crítica, 23(2), 253-260. https://doi.org/10.1590/S0102-

Pinheiro, F. I., & Becker, M. L. R. (2014). A coerência em narrativas escritas escolares: Uma análise piagetiana. Educar em Revista, (53), 217-231. https://doi.org/10.1590/0104-4060.35501

Pinto, G., Tarchi, C. & Bigozzi, L. (2015). The relationship between oral and written narratives: A three-year longitudinal study of narrative cohesion, coherence, and structure. British Journal of Educational Psychology, 85(4), 551-569. https://doi.org/10.1111/bjep.12091

Pinto, G., Tarchi, C., & Bigozzi, L. (2016). Development in narrative competences from oral to written stories in five- to seven-year-old children. Early Childhood Research Quarterly, 36, 1-10. https://doi.org/10.1016/j.ecresq.2015.12.001

Rego, L. L. B. (1996). Os critérios infantis para definir histórias: Um estudo exploratório dos critérios utilizados pelas crianças para definir histórias. In M. G. B. B. Dias, & A. G. Spinillo (Orgs.), Tópicos em psicologia cognitiva (pp. 120-138). Recife: Universidade Federal de Pernambuco.

Shapiro, L. R., & Hudson, J. A. (1991). Tell me a make-believe story: Coherence and cohesion in young children´s picture-elicited narratives. Developmental Psychology, 27(6), 960-974. https://doi.org/10.1037/0012-1649.27.6.960

Silva, A. C. (2013). O impacto da revisão na qualidade de composições de crianças do 4º ano de escolaridade. Psicologia: Reflexão e Crítica, 26(1), 177-183. https://doi.org/10.1590/S0102-79722013000100019

Spinillo, A. G., & Martins, R. A. (1997). Uma análise da produção de histórias coerentes por crianças. Psicologia: Reflexão e Crítica, 10(2), 28-43. https://doi.org/10.1590/S0102-79721997000200004

Spinillo, A. G., & Melo, K. L. R. (2018). O papel do conhecimento acerca da estrutura do texto na escrita de histórias por crianças. Educar em Revista, 34(69), 277-292. https://doi.org/10.1590/0104-4060.54654

Tannen, D. (1982). Oral and literate strategies in spoken and written narratives. Language, 58(1), 1-21. https://doi.org/10.2307/413530

Tobia, V., & Bonifacci, P. (2015). The simple view of reading in a transparente orthography: The stronger role of oral comprehension. Reading and Writing, 28(7), 939-957. https://doi.org/10.1007/s11145-015-9556-1

Trabasso, T., Suh, S., & Payton, P. (1995). The explanatory coherence in understanding and talking about events In M. A. Gernsbacher, & T. Givón (Orgs.), Coherence in spontaneous text (pp. 189-214). Amsterdam: John Benjamins.

Wilkes-Gibbs, D. (1995). Coherence in collaboration: Some examples form conversation. In M. A. Gernsbacher, & T. Givón (Orgs.), Coherence in spontaneous text (pp. 239-266). Amsterdam: John Benjamins.

Downloads

Publicado

2022-06-22

Edição

Seção

Artigos de Pesquisa Original