O pai e a função paterna na teoria winnicottiana

Autores

  • Gabriel Aparecido Gonçalves dos Santos Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. São Paulo/SP https://orcid.org/0000-0002-4067-9981
  • Valéria Barbieri Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto. Departamento de Psicologia. São Paulo/SP https://orcid.org/0000-0003-4849-3046
  • Manoel Antônio dos Santos Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto. Departamento de Psicologia. São Paulo/SP

DOI:

https://doi.org/10.36482/1809-5267.ARBP2021v73i3p.112-128

Resumo

A teoria psicanalítica de D. W. Winnicott assume a existência de uma tendência inata ao desenvolvimento que depende, para ter êxito, do oferecimento suficientemente bom de recursos ambientais que deem suporte e estimulem o desenvolvimento e integração do Self em formação. Grande parte de sua obra enfoca o papel da mãe como principal agente fornecedor de cuidados ao recém-nascido. Contudo, Winnicott não deixou de abordar a importância do pai como elemento real da dinâmica familiar e, como tal, também agente de cuidados do filho e da díade mãe-filho, pois o considera como parte do ambiente total disponível da criança. Esse artigo busca descrever e analisar as principais proposições teóricas do autor e de estudiosos contemporâneos a respeito do pai e das funções paternas na família, de acordo com cada etapa do amadurecimento pessoal em que o filho se encontra.

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Publicado

2022-09-13

Edição

Seção

Artigos de Pesquisa Original